(Rahel Patrasso/Reuters)
Clara Cerioni
Publicado em 6 de março de 2020 às 16h37.
Última atualização em 6 de março de 2020 às 18h24.
São Paulo — O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (06) que subiu para 13 o número de casos positivos para coronavírus no Brasil.
Dez estão em São Paulo, um no Rio de Janeiro, um no Espírito Santo e um na Bahia. Em todo o país, há 768 casos suspeitos e 480 descartados. No balanço da quinta-feira (05), os diagnósticos positivos para a doença eram 8, e os monitorados estavam em 636.
Na Bahia, o paciente infectado trata-se de uma mulher de 34 anos, de Feira de Santana, que esteve na Itália.
Uma mulher de 52 anos do Distrito Federal aguarda resultado de contraprova (para confirmar ou não a doença) em uma sala de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) montada no Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília.
Na quinta-feira, São Paulo registrou pela primeira vez os dois primeiros casos de transmissão direta do coronavírus no país. Um dos pacientes infectados é parente do homem de 61 anos, que foi o primeiro confirmado para a doença, em 26 de fevereiro. O segundo teve contato com esse familiar.
Com o aumento dos casos no país e no mundo, o governo não vai mais considerar viagens para países específicos afetados pelo coronavírus e sim para regiões. Serão investigadas pessoas que apresentem sintomas e viajaram para qualquer lugar na Europa, na Ásia e na América do Norte.
A recomendação do Ministério da Saúde é para que as pessoas evitem hospitais e busquem unidades de saúde apenas em casos mais urgentes, e a campanha de vacinação contra a gripe continua adiantada para o dia 23 de março. Com as transmissões diretas, o governo passa a duplicar a vigilância e monitorar as pessoas que tiveram contato com os infectados.
O Ministério da Saúde, junto com o Tribunal de Contas da União, vai montar um comitê para decisões em relação às verbas liberadas para a contenção do vírus. A previsão é de implementar novos leitos para os casos considerados graves e que precisem da internação hospitalar.
O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou nesta sexta-feira, 6, que na próxima segunda-feira, 9, o governo pretende editar várias medidas voltadas à assistência sobre o novo coronavírus. A ideia é divulgar as normas para abertura de unidades de saúde básica em horários estendidos, editar a portaria que disciplina a lei sobre isolamento domiciliar, além de estender o alcance de nova convocação de profissionais ao Mais Médicos.
"Já está pronto o edital e assinamos na segunda-feira", disse Mandetta sobre o certame para chamamento do programa Mais Médicos.
Ontem, o secretário executivo da pasta, João Gabbardo, afirmou que o governo planejava convocar profissionais apenas para cidades menores, mas resolveu ampliar para todas as faixas.
Mandetta ainda frisou, novamente, que, as pessoas que sentirem necessidade, procurem as unidades básicas de saúde, deixando os hospitais e UPAs para os casos mais sérios. "Momento é de evitar hospital", disse.
O surto de Covid-19, nome oficial do coronavírus, pode causar infecções respiratórias como pneumonia. A doença já provocou mais de 3 mil mortes e infectou mais de 90 mil pessoas em cerca de 76 países e territórios.
Além das mortes na China, onde o surto foi detectado em dezembro, há registro de mortes no Irã, na Itália, Coreia do Sul, no Japão, na França, em Hong Kong, Taiwan, na Austrália, Tailândia, nos Estados Unidos, em San Marino e nas Filipinas.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como emergência de saúde pública internacional de risco “muito elevado”.
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