Brasil

Sobe nº de pessoas com sintoma de pneumonia química

Ao menos 20 pessoas procuraram os serviços de saúde de Santa Maria e Porto Alegre com sintomas de pneumonia química, subindo para 143 o número de vítimas internadas

Um homem, que foi ferido durante o incêndio na boate Kiss, é transferido de um hospital em Santa Maria para receber tratamento em Porto Alegre  (REUTERS/Edison Vara)

Um homem, que foi ferido durante o incêndio na boate Kiss, é transferido de um hospital em Santa Maria para receber tratamento em Porto Alegre (REUTERS/Edison Vara)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

São Paulo - Ao menos 20 pessoas procuraram os serviços de saúde de Santa Maria e Porto Alegre nos últimos dias com sintomas de pneumonia química, fazendo subir para 143 o número de vítimas internadas após o incêndio na casa noturna Kiss no último domingo.

Essas pessoas inalaram a fumaça durante a tragédia, mas não desenvolveram sintomas de intoxicação respiratória imediatamente, como a maior parte das vítimas.

Por enquanto, os novos pacientes estão em observação, pois só apresentam cansaço e falta de ar. Caso o quadro clínico piore, será necessário usar aparelhos para facilitar a respiração.

Ao todo, 82 vítimas do incêndio da boate estão internadas em unidades de terapia intensiva (UTIs) nas duas cidades. Dessas, 75 têm estado de saúde considerado crítico, segundo o porta-voz da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Neio Pereira.

A pneumonia química pode se manifestar até cinco dias depois da inalação de gás tóxico. Tosse, falta de ar e até mesmo catarro frequente, que pode, ou não, estar acompanhado de restos de fuligem, caracterizam as reações do corpo ao desenvolvimento da doença.

Se não for tratada corretamente, a moléstia pode levar o paciente à morte. A recomendação é que diante de qualquer sintoma as possíveis vítimas procurem atendimento médico.


O perigo, segundo médicos, é que tecidos internos dos pulmões, lesionados pelo contato com o ar quente do incêndio, comecem a descamar. As células que foram atingidas acabam sendo eliminadas, impedindo o bom funcionamento dos pulmões, o que dificulta a transmissão de oxigênio dos alvéolos pulmonares para a corrente sanguínea. Também pode ocorrer desidratação dos tecidos.

O porta-voz do SUS lembra que há, ainda, a preocupação com os sintomas pós-trauma, que podem atingir as famílias. "O estresse causado pelo trauma muitas vezes demora de 48 horas a 72 horas para aparecer.

As pessoas começam a entrar em depressão pelo luto, o que é normal. Pessoas que estavam lá dentro e saíram, familiares que começam a apresentar alguns sintomas", explicou o médico.

Equipes de psicólogos e psiquiatras, inclusive voluntários, estão à disposição das famílias 24 horas no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) de Santa Maria. As autoridades de saúde pedem que caso seja observada a necessidade de acompanhamento para pessoas que perderam parentes e amigos na tragédia, elas devem ser levadas ao Caps.Com informações da Agência Brasil.

Acompanhe tudo sobre:DoençasDoenças respiratóriasIncêndio de Santa MariaIncêndiosSaúde

Mais de Brasil

Bolsonaro nega participação em trama golpista e admite possibilidade de ser preso a qualquer momento

Haddad: pacote de medidas de corte de gastos está pronto e será divulgado nesta semana

Dino determina que cemitérios cobrem valores anteriores à privatização

STF forma maioria para permitir símbolos religiosos em prédios públicos