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Sob pressão, Doria suspende plano na nova Cracolândia

Instalação de contêineres e de um abrigo com banheiros, refeitórios, dormitórios e salas de atendimento médico havia sido prometida para esta quinta-feira

Doria: Prefeitura afirmou que "está negociando com os moradores" dos dois locais e não deu prazo para abrir os pontos de acolhimento (Facebook/Reprodução)

Doria: Prefeitura afirmou que "está negociando com os moradores" dos dois locais e não deu prazo para abrir os pontos de acolhimento (Facebook/Reprodução)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 2 de junho de 2017 às 09h16.

Em meio à revolta de moradores, a gestão do prefeito João Doria (PSDB) suspendeu o plano emergencial de acolhimento dos usuários de drogas da nova Cracolândia, na Praça Princesa Isabel, centro de São Paulo.

A instalação de 25 contêineres e de um abrigo com banheiros, refeitórios, dormitórios e salas de atendimento médico para atender os dependentes da região havia sido prometida para esta quinta-feira, 1º, mas não saiu do papel nem tem prazo de conclusão.

Na terça, o secretário de Assistência Social, Filipe Sabará, disse ao Estado que a estrutura para atender até 280 viciados estaria "operacional" em dois dias - 150 pessoas nos contêineres que seriam instalados na Rua General Rondon, via vizinha da praça, e 130 no abrigo onde residem ex-moradores de rua, na frente da nova Cracolândia.

Desde quarta-feira, moradores de Campos Elísios protestam contra a instalação dos contêineres em um terreno vazio da Cohab na General Rondon, a uma quadra do acampamento onde até 900 dependentes fumam crack durante todo o dia. "Aqui tem casas e comércios. Se fizerem isso, vai virar mais um ponto de drogas e deixar o bairro sujo e violento", disse a corretora de imóveis Marina Veron, de 50 anos, vizinha da praça.

Após reunião com os moradores ontem, o prefeito regional da Sé, Eduardo Odloak, disse que o plano dos contêineres está suspenso e será discutido com os secretários de Doria. Já no prédio da Prefeitura do outro lado da praça, que receberia os viciados, os moradores se recusam a mudar para outro abrigo na Mooca, zona leste.

"Além de ficar longe, lá são 40 pessoas por quarto. Ninguém quer ir", disse Márcio Coutinho, de 44 anos. Em nota, a Prefeitura afirmou que "está negociando com os moradores" dos dois locais e não deu prazo para abrir os pontos de acolhimento.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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