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Sob ataque, Campos Neto acerta ida ao Senado

Não há uma data exata porque o colegiado ainda precisa ser instalado

Plenário do Senado Federal durante sessão solene do Congresso Nacional destinada a comemorar os 130 anos de atividade do Tribunal de Contas da União (TCU). 

Mesa: 
presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. 

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Plenário do Senado Federal durante sessão solene do Congresso Nacional destinada a comemorar os 130 anos de atividade do Tribunal de Contas da União (TCU). Mesa: presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado (Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 17 de fevereiro de 2023 às 09h13.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, acertou na noite da última quarta-feira, 15, durante um jantar com o senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO), sua ida à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado no começo de março. Não há uma data exata porque o colegiado ainda precisa ser instalado. Vanderlan, que será o presidente da CAE, disse que a autonomia do BC é "ponto sacramentado" e que o jantar foi uma forma de demonstrar apoio ao chefe da autoridade monetária. Não tem esse clima hostil para ele, não", disse Vanderlan, sobre a ida de Campos Neto ao Congresso.

Nas últimas semanas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem intensificado as críticas ao nível da taxa básica de juros do País, a Selic, mantida em 13,75% na reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom). O presidente também tem atacado a autonomia do BC e a atuação de Campos Neto à frente da autarquia.

Na terça-feira, 14, o PT lançou na Câmara uma frente parlamentar "contra juros abusivos". O ato político, coordenado pelo deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) e que contou com a presença da deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), teve críticas à atuação do BC.

Lula já foi aconselhado por ministros do governo a baixar a temperatura no confronto contra o presidente do Banco Central. Esses interlocutores alertaram que o confronto só contribui para aumentar o chamado prêmio de risco pedido por quem compra papéis do Tesouro Nacional e financia o governo, impactando a curva de juros (situação que ocorre quando o mercado precifica uma alta de juros nos contratos futuros) e pressionando o câmbio. O dólar mais alto, por sua vez, retroalimenta a inflação e pode retardar a queda de juros.

De acordo com Vanderlan, Campos Neto se colocou à disposição da CAE para explicar a política monetária. Na visão do parlamentar, a entrevista que o presidente do BC concedeu ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira teria esclarecido diversas dúvidas sobre a taxa de juros. O chefe da autoridade monetária precisaria ir à comissão até o dia 14 de março - no dia seguinte começa o período de silêncio antes da próxima reunião do Copom, que ocorre nos dias 21 e 22.

"Foi tranquilo. Campos Neto já é uma pessoa que sempre tem dado atenção a nós. Em todos os assuntos em que houve alguma questão do Banco Central, ele tem sido muito atencioso. E ontem foi mais para a gente acertar a ida dele na CAE para falar sobre a taxa de juros", afirmou o parlamentar. A comissão deve ser instalada após o carnaval.

Segundo o senador, a "autonomia do Banco Central é ponto sacramentado, não se discute, principalmente no Senado. Foi uma conquista para o País. Então, essa questão de autonomia nem mesmo o governo está mais falando nisso", disse o futuro presidente da CAE. Nos últimos dias, a autonomia do BC foi defendida também pelos presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), do mesmo partido de Vanderlan.

Na quarta-feira, 15, por exemplo, Lira voltou a afirmar que não vê no Congresso nenhuma possibilidade de mudança em relação à autonomia. Em meio às críticas de governistas à autoridade monetária, o deputado disse acreditar que Lula e Campos Neto "são duas pessoas que vão saber dialogar".

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