Agência de notícias
Publicado em 22 de janeiro de 2025 às 17h46.
Última atualização em 22 de janeiro de 2025 às 18h12.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira que "só vai declarar apoio" a outro candidato de direita na eleição de 2026 "aos 48 [minutos] do segundo tempo". O antigo chefe do Executivo está impedido de disputar um cargo público até 2030, depois de ter sido condenado à inelegibilidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2023.
"Quem vai ser o cara da direita? Tem de ser Jair Bolsonaro. Não será democrática, a eleição de 2026, sem a minha presença. Quem você vai apoiar? Só falo algo parecido aos 48 do segundo tempo, quando eu realmente não tiver mais chance", disse em entrevista à rádio AuriVerde Brasil nesta quarta-feira.
Na mesma live, o ex-presidente afirmou que acorda todos os dias com "a sensação de ter a Polícia Federal" em sua porta. Indiciado em três inquéritos, Bolsonaro relatou receio de se tornar alvo de um mandado de prisão.
"Eu acordo todo dia com a sensação da PF na porta. Qual acusação? Não interessa", disse Bolsonaro, em entrevista ao canal Auriverde Brasil.
Bolsonaro foi indiciado pela PF nas apurações da trama do golpe, por suposta fraude no cartão de vacinação para viajar aos Estados Unidos e pelas joias da Arábia Saudita. A mais recente ocorreu em novembro do ano passado, quando a corporação o indiciou por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa.
Os crimes atribuídos pela PF ao ex-presidente no inquérito que aponta uma tentativa de golpe no país podem chegar a 28 anos de prisão como pena máxima. Após cumprida a pena de quase três décadas, Bolsonaro teria ainda mais oito anos de inelegibilidade por conta da aplicação de punição prevista na Lei da Ficha Limpa.
Essa soma, que não leva em consideração eventuais pedidos de acréscimo de pena, eleva o prazo de inelegibilidade do ex-presidente até 2061. Bolsonaro já está impedido de disputar um cargo público até 2030, após ter sido condenado à inelegibilidade pelo TSE em 2023.
A Corte entendeu que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente meios de comunicação ao atacar, sem provas, as urnas eletrônicas em uma reunião com embaixadores às vésperas da campanha de 2022.
O antigo chefe do Executivo evita citar quem seria o seu candidato nas próximas eleições, caso não possa se lançar à Presidência e, em entrevista em novembro, o ex-mandatário afirmou que aposta no Congresso para reverter a sua inelegibilidade.