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Sites vendem tesouros de naufrágios na costa brasileira

Sem o conhecimento da Marinha, objetos retirados de navios vão para leilões e estantes de caçadores de tesouros

Material mais caro é vendido em casas de leilão ou no câmbio negro para colecionadores de artefatos náuticos (Rodrigo Maia-Nogueira / Wikimedia Commons)

Material mais caro é vendido em casas de leilão ou no câmbio negro para colecionadores de artefatos náuticos (Rodrigo Maia-Nogueira / Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 5 de dezembro de 2010 às 08h36.

São Paulo - O patrimônio subaquático brasileiro está ameaçado. Sites nacionais e estrangeiros oferecem objetos retirados de naufrágios ocorridos na costa brasileira sem que a Marinha tenha conhecimento nem mesmo do local em que cada navio afundou. São peças como uma garrafa “de 110 anos”, retirada do mar de Ilhabela, no litoral norte paulista, oferecida em um site por R$ 280.

Os destinos desses suvenires podem ser ainda leilões e estantes de caçadores de tesouros. Do aventureiro ao grande empresário, muitos investem dinheiro e tempo para encontrar no fundo do mar metais preciosos ou objetos valiosos disputados por colecionadores no mercado internacional.

Segundo a Diretoria de Patrimônio Histórico e Documentação da Marinha, 1.320 naufrágios de interesse histórico ocorreram na costa brasileira desde o século 16. Um exemplo é o Galeão Sacramento, que naufragou no litoral baiano em 1668 e foi um dos mais explorados. Por US$ 280, um site vendeu em outubro uma moeda de 500 réis, de 1663, que estava no navio. Em outro site americano, especializado em artefatos e moedas de tesouros de navios naufragados, é possível encontrar lotes de moedas da mesma embarcação. A venda nem sempre é ilegal, mas nem todas as peças têm comprovante do naufrágio de origem ou da autorização para sua retirada.

“Em sites, geralmente você acha peças de menor valor monetário, como escotilhas, moedas, garrafas. O material mais caro é vendido em casas de leilão ou no câmbio negro para colecionadores de artefatos náuticos, principalmente do exterior”, explica o instrutor de mergulho Maurício Carvalho, que pesquisa história dos naufrágios há 25 anos. Ele conta que o custo para extrair essas peças é alto, mas a lucratividade dos exploradores quando se tem esse tipo de espoliação é grande e compensa os gastos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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