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Sistema político brasileiro extrai o pior das pessoas, diz ministro do STF

Para Barroso, mais do que uma nova Constituição - tema já abordado por Bolsonaro e Haddad - país precisa de uma reforma política profunda

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Carlos Moura/Flickr)

O ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE (Carlos Moura/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 5 de outubro de 2018 às 14h47.

Última atualização em 5 de outubro de 2018 às 16h32.

Rio - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso afirmou nesta sexta-feira, 5, que considera "muito ruim" a convocação de uma nova Constituição Federal no atual contexto político.

Segundo Barroso, o mais urgente agora é fazer uma reforma política, pois o sistema político brasileiro "extrai o pior" das pessoas.

O candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro pelo PSL, general Hamilton Mourão, já declarou que a Constituição poderia ser reformada por um "conselho de notáveis", enquanto o presidenciável do PT, Fernando Haddad, disse durante a campanha que queria "criar as condições" para a convocação de uma assembleia constituinte.

"Embora não seja a Constituição ideal, se é que isso existe, é a Constituição das nossas circunstâncias", afirmou Barroso, em palestra durante evento promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio.

Segundo o ministro, a Constituição de 1988 ajudou o País a fazer uma "travessia bem sucedida" de um Estado autoritário e violento para um Estado democrático. "Considero muito ruim se desperdiçar o capital político dessa Constituição e se convocar uma nova Constituição", completou o ministro, ressaltando que "dificilmente sairá alguma coisa melhor".

Para Barroso, independentemente de quem for eleito presidente, a reforma política é a primeira que deveria ser feita. "Ganhe quem ganhar, eu começaria pela reforma política", afirmou o ministro. Segundo o ministro, é preciso que a reforma política seja capaz de baratear o custo das eleições, aumentar a representatividade dos parlamentares e aumentar a governabilidade.

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