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SIP debate ataques contra jornalistas

O doutor em Ciências Políticas da Universidade de São Paulo, Túlio Khan, explicou que o Brasil ocupa o terceiro posto da América Latina em mortes de jornalistas


	Profissão de jornalista: para Marcelo Godoy, quem ataca um jornalista busca a "intimidação" informativa
 (Marc Piasecki/Getty Images)

Profissão de jornalista: para Marcelo Godoy, quem ataca um jornalista busca a "intimidação" informativa (Marc Piasecki/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2012 às 20h03.

São Paulo - A violência contra jornalistas tem um impacto intimidador na informação e constitui um atentado contra a liberdade de imprensa e o conjunto de valores sociais, disseram acadêmicos e especialistas na 68ª Assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) que terminou nesta terça-feira em São Paulo.

Em um seminário que tentou analisar se os meios de comunicação e a sociedade estão perdendo a batalha contra a violência, o doutor em Ciências Políticas da Universidade de São Paulo, Túlio Khan, explicou que o Brasil ocupa o terceiro posto da América Latina em mortes de jornalistas atrás apenas de México e Honduras.

Khan especificou que essas mortes ocorrem especialmente em municípios do nordeste do país, a cargo de matadores de aluguel.

Em sua opinião, no Brasil estas mortes têm pouco a ver com o crime organizado e estão mais relacionadas com ajustes de contas e vinganças pessoais contra jornalistas que acompanham e investigam a política local.

No mesmo debate, Marcelo Godoy, do Grupo Estado, concordou que no Brasil os atentados contra jornalistas acontecem fora do eixo São Paulo-Rio de Janeiro.

Em declarações à Agência Efe, Godoy considerou que o assassinato de um jornalista tem um impacto emocional "fortíssimo" para seus colegas, que começam a sentir-se vítimas potenciais e que isto não pode ser quantificado.

Para Godoy, quem ataca um jornalista busca a "intimidação" informativa e na realidade executa um ataque "contra a liberdade de imprensa", acrescentando que as forças beligerantes e o crime organizado situam o jornalista como parte desse conflito.

A 68ª Assembleia da SIP foi encerrada oficialmente hoje pelo presidente em fim de mandato da organização, o americano Milton Coleman, que será substituído por Jaime Mantilla, do jornal equatoriano "Hoy".

Mantilla estará à frente da SIP no período 2012-2013, segundo a resolução apresentada pelo Comitê de Nominações e aprovada em decisão unânime pela Assembleia. 

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