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SIP acredita que jornalismo é "perigoso demais" na América

Conclusão é da assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa de Imprensa, que ocorre em São Paulo


	No México, o documento da instituição afirma que a violência contra os jornalistas e impunidade permanecem como as principais "preocupações" da imprensa do país
 (Said Khatib/AFP)

No México, o documento da instituição afirma que a violência contra os jornalistas e impunidade permanecem como as principais "preocupações" da imprensa do país (Said Khatib/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de outubro de 2012 às 07h38.

São Paulo - O exercício da profissão jornalística continua sendo "perigoso demais" no continente americano, onde a situação da liberdade de imprensa registrou avanços mas também retrocessos, considerou neste domingo a assembleia da Sociedade Interamericana de Imprensa de Imprensa (SIP), que está sendo realizada em São Paulo.

O presidente da SIP, Milton Coleman, disse que os governos continuam "fazendo tudo o que podem para amordaçar esta importante parte da democracia".

Coleman, do jornal americano "Washington Post", disse que sua resposta sobre as garantias de exercer a profissão na região em questão, é que ainda é "perigoso demais".

Enquanto isso, o presidente da Comissão de Liberdade de Imprensa e Informação da SIP, Gustavo Mohme, explicou que se vive uma "situação complicada" e, embora tenha assegurado que "aconteceram notáveis avanços em matéria de liberdade" em alguns países, também foram registrados retrocessos.

Na jornada deste domingo, foram apresentados alguns dos relatórios preliminares por países da Comissão e que ainda estão pendentes de ser oficialmente aprovados pela assembleia.

No México, o documento assinala que a violência contra os jornalistas e impunidade permanecem como as principais "preocupações" da imprensa do país.

O texto ainda reflete que, além da "reiterada violência e da impunidade", o fracasso das leis para a proteção de jornalistas virou motivo de preocupação.

No período de análise do relatório, que é semestral, seis jornalistas foram assassinados e outros três estão desaparecidos. Além disso, a Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) cifrou em 82 o número de profissionais mortos desde 2000.

A análise dedicada à Argentina também não é encorajadora e a Comissão denunciou que no país, "a imprensa enfrentou um clima crescentemente hostil durante o último semestre".

O documento acrescenta que "resoluções governamentais, manobras judiciais, declarações agravantes e amedrontadoras de funcionários públicos, medidas contra meios de imprensa e ameaças, configuram um cenário obscuro para o exercício do jornalismo e do direito que todo cidadão tem de se expressar livremente".


No caso da Venezuela, o relatório diz que a polarização política do país transformou a imprensa em alvo de todo tipo de ataques, inclusive físicos.

"O que se vive no país em consequência da alta polarização política é atentatório para o livre exercício jornalístico. A intolerância chega a níveis extremos", assinala o relatório preliminar apresentado pelo editor do jornal "El Regional del Zulia", Gilberto Urdaneta.

Segundo o documento, "a intransigência chegou a tal ponto que semanalmente são emitidos documentos referentes a maus-tratos, atentados, detenções, humilhações, insultos, despojo de equipes e violações aos direitos fundamentais".

Nenhuma novidade em Cuba, onde a censura, a repressão da liberdade de expressão e informação e o uso da mídia como veículo de propaganda são uma realidade constante, de acordo com a versão do relatório.

Em declarações à Agência Efe, o diretor-executivo da SIP, Julio Muñoz, disse que Cuba tem "o pior" histórico da América em liberdade de expressão e acrescentou que os dados do relatório são "extremamente negativos".

"Eles colocam um cadeado na boca das pessoas", disse à Agência Efe Muñoz, que precisou que essa é a política de um "governo totalitário".

A jornada deste domingo também fez referência ao Equador, onde, segundo o relatório preliminar, o governo e as instituições do Estado adotam medidas que prejudicam a liberdade informativa no país e se utilizam de recursos públicos para "atacar" jornalistas sistematicamente.

O relatório acrescentou que "o regime segue usando recursos públicos para atacar e "desmentir" sistematicamente o que publicam os meios de imprensa, os jornalistas e as pessoas que têm opiniões diferentes".

No entanto, a comissão considerou que não foram registrados graves atentados contra a liberdade de expressão no Chile, Costa Rica, Aruba e nas Antilhas Holandesas.

A 68ª Assembleia da SIP, que foi iniciada com debates prévios na sexta-feira, fecha suas portas na próxima terça-feira.

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