O deputado Paulinho, da Força Sindical: "lamento esta decisão do presidente Lula" (Antonio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 31 de dezembro de 2010 às 10h08.
Brasília - As principais centrais sindicais do Brasil expressaram nesta sexta-feira sua desilusão com o novo salário-mínimo fixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em um de seus últimos atos de Governo.
"Lamento esta decisão do presidente Lula, um ex-sindicalista que negociou com os sindicatos durante os oito anos de seu Governo e que no último dia se esqueceu de negociar", declarou o presidente da central operária Força Sindical, Paulo Pereira da Silva.
Lula, quem conclui nesta sexta-feira seu mandato e neste sábado passará o cargo à presidente eleita, Dilma Rousseff, estabeleceu o novo salário mínimo em R$ 540 em um decreto assinado na quinta-feira à noite.
Isso representa aumento de 5,88%, abaixo dos 6,47% com que o próprio Governo calcula que fechará a inflação este ano.
O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, lembrou que os sindicatos brasileiros terão uma numerosa representação no novo Congresso, que tomará posse a partir de 1º de fevereiro, e antecipou que as centrais operárias tentarão modificar a decisão de Lula pela via parlamentar.
Os sindicatos exigiam que o novo salário mínimo que entrará em vigor neste sábado fosse fixado em pelo menos R$ 580, para contemplar a inflação prevista para 2010.
Em caso de os sindicatos conseguirem impor sua posição ao Congresso, a decisão final de uma possível revisão do salário-mínimo ficaria nas mãos de Dilma Rousseff, que inclusive poderia vetar uma eventual decisão parlamentar.
Dilma não se pronunciou com relação ao assunto, mas o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, quem continuará no cargo, anunciou que o novo Governo imporá fortes cortes no gasto público, o que pudesse significar que não aceitará aumento do salário além do aprovado por Lula.