Greve em São Paulo: está prevista uma assembleia de categoria para as 16h, na sede do sindicato no bairro da Liberdade, área central de São Paulo. (Marcos Issa/Bloomberg/Bloomberg)
Da redação, com agências
Publicado em 28 de junho de 2022 às 18h15.
Última atualização em 29 de junho de 2022 às 08h20.
A Prefeitura informou que o rodízio de carros estará suspenso na capital ao longo da quarta-feira, permitindo a circulação dos veículos com placas de finais 5 e 6. Faixas exclusivas e corredores de ônibus também estão liberados para circulação de carros de passeio enquanto durar a greve.
A paralisação tem previsão para durar até 24 horas e já afetava, pela manhã, 675 linhas diurnas e mais de 6 mil ônibus, segundo a SPTrans. De acordo com a pasta, durante a madrugada, 88 linhas, de 150, ficaram inoperantes.
A partir das 4h, a operação em todas as garagens dos grupos estrutural e de articulação regional foi interrompida, exceto na Express, segundo o comunicado. Para quem utiliza as vans do Atende+, que transportam pessoas com deficiência de alto grau de severidade, o serviço segue com funcionamento padrão. O Tribunal de Justiça havia determinado que, nos horários de pico, 80% da frota dos ônibus estivesse em operação.
Está prevista uma assembleia de categoria para as 16h, na sede do sindicato no bairro da Liberdade, na área central de São Paulo.
A greve fez com que as pessoas acordassem mais cedo para tentar chegar ao trabalho e deixou o trânsito mais pesado nas primeiras horas da manhã.
No Terminal Itaquera, na zona leste da cidade, apenas uma das seis empresas de ônibus que circulam por lá ficou sem carros à disposição da população. A Metrópole Paulista, que atua na zona leste com 7 linhas, incluindo para importantes localidades como Vila Carrão e Ermelino Matarazzo, não circulou logo cedo. Na plataforma D, um cartaz já avisava as pessoas da greve: "inoperante".
Mas como o terminal é abastecido por outras empresas, que estavam circulando normalmente, e por peruas e lotações, as pessoas estavam conseguindo chegar à estação do Metrô Corinthians Itaquera. Por precaução, muita gente acordou um pouco mais cedo com receio de perder o transporte para o trabalho.
Foi o caso de Alexandre, que preferiu não dar seu sobrenome. "Eu vim de Guaianazes e saí 5h30 de casa, pois achei que não teria transporte, mas logo que cheguei aqui no terminal vi que tem um monte. Eu vou para Arthur Alvim e está mais tranquilo do que há algumas semanas, quando teve a outra greve", disse.
As corridas de aplicativos também ficaram um pouco mais caras na região, por causa do anúncio de greve, e o trânsito na Radial Leste, uma importante via da zona leste, em direção ao centro, ficou pesado logo cedo, pois muitas pessoas optaram por utilizar automóveis para o deslocamento. A estação de Metrô Corinthians Itaquera também estava cheia, mas dentro da normalidade para o horário.
"A Prefeitura de São Paulo, por meio da SPTrans, lamenta a paralisação de linhas de ônibus municipais e espera que trabalhadores e empresários cheguem em breve a um acordo para que a população de São Paulo não seja ainda mais penalizado", afirmou a SPTrans em nota. A secretaria informou que 17 das 40 garagens cadastradas no sistema estão sendo acompanhadas.
Segundo o secretário geral do Sindmotoristas, Francisco Xavier da Silva, o Chiquinho, a greve foi aprovada pela categoria após as empresas de ônibus não terem atendido nem negociado cinco cláusulas que ficaram pendentes desde a última paralisação, há duas semanas. Ele afirmou que o prazo para uma contraproposta se esgotou na última quinta-feira, 23.
Hoje, os motoristas e funcionários reivindicam que a hora do almoço seja remunerada; o pagamento das horas extras a 100%; a participação nos lucros e resultados (PLR); o "fim das monoculturas do setor de manutenção"; e a promoção para o setor.
No último dia 14, a categoria também realizou uma greve que durou da meia-noite às 15h20 daquela terça-feira. A paralisação foi considerada legal pela Justiça do Trabalho e resultou em uma negociação entre o sindicato dos motoristas e a entidade que representa as empresas, que estabeleceu o pagamento do reajuste de 12,47% contado a partir de maio.
À época, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que iria estudar se o repasse financeiro para que as empresas banquem o aumento das categorias viria de maior subsídio do Município ao setor ou de aumento da tarifa, hoje em R$ 4,40. "Vai depender da quantidade de passageiros. Se entra bastante passageiro, aumenta a receita e diminui a diferença para dar o subsídio", disse ao Estadão.
Em nota enviada à reportagem, o sindicato patronal, representado pela SPUrbanuss, disse que "lamenta mais essa paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus, com terríveis consequências para a mobilidade da população". A entidade também cobrou que os profissionais "não penalizem os passageiros" e cumpram a determinação adotada pela Justiça na última greve, de colocar em operação 80% da frota nos horários de pico.
Por meio da SPTrans, a Prefeitura também disse lamentar a greve e afirmou ter acionado a Justiça do Trabalho para que aumente o valor da multa diária de R$ 50 mil caso a frota de ônibus disponíveis seja menor que 60% ao longo do dia e de 80% nos horários de pico. A medida foi estipulada inicialmente por uma liminar emitida no último dia 30.
"A gestora irá monitorar a frota desde o primeiro minuto da madrugada para informar os passageiros de São Paulo por seus canais oficiais sobre a situação de momento", comunica a SPTrans que diz também estar "acompanhado a negociação entre empresários e trabalhadores" e "espera uma breve resolução entre as partes, para que a população de São Paulo não seja penalizada".
Além da suspensão do rodízio de veículos, a Prefeitura também vai liberar as faixas exclusivas e corredores de ônibus para a circulação de carros de passeio enquanto durar a greve. A Engenharia de Tráfego da CET manterá o monitoramento constante em ruas e avenidas da cidade, visando manter as condições de fluidez das vias.
Continuarão valendo normalmente o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões) e as demais restrições: Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF). A Zona Azul também funcionará normalmente.
- Santa Brígida (zona norte);
- Gato Preto (zona norte);
- Sambaíba (zona norte);
- Viação Metrópole (zona leste);
- Ambiental (zona leste);
- Via Sudeste (zona sudeste);
- Campo Belo (zona sul);
- Viação Grajaú (zona sul);
- Gatusa (zona sul);
- KBPX (zona sul);
- MobiBrasil (zona sul);
- Viação Metrópole (zona sul);
- Transppass (zona oeste);
- Gato Preto (zona oeste).
Empresas operando normalmente:
- Norte Buss (zona norte);
- Spencer (zona norte);
- Express (zona leste);
- Transunião (zona leste);
- UPBUS (zona leste);
- Pêssego (zona leste);
- Allibus (zona leste);
- Transunião (zona sudeste);
- MoveBuss (zona leste);
- A2 Transportes (zona sul);
- Transwolff (zona sul);
- Transcap (zona oeste);
- Alfa Rodobus (zona oeste).
Com a greve dos motoristas e cobradores de ônibus da cidade de São Paulo, o rodízio municipal de veículos está suspenso nesta quarta-feira (29). Carros com placas finais 5 e 6 poderão circular pelo centro expandido a qualquer horário. As faixas exclusivas e corredores de ônibus ficarão liberados para circulação de automóveis de passeio, enquanto durar a greve. A Engenharia de Tráfego da CET manterá o monitoramento constante em ruas e avenidas da cidade, visando manter as condições de fluidez das vias.
Continuarão valendo normalmente o rodízio de placas para veículos pesados (caminhões) e as demais restrições: Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição ao Fretamento (ZMRF). A Zona Azul também funcionará normalmente.
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (Sindmotoristas) aprovou em assembleia realizada na tarde desta terça-feira, 28, uma nova greve de ônibus na capital paulista, com início a partir da meia-noite.
Essa é a segunda vez que a categoria paralisa os serviços em menos de um mês.
Segundo o secretário-geral do Sindmotoristas, Francisco Xavier da Silva, o Chiquinho, a greve foi aprovada pela categoria após as empresas de ônibus não terem atendido nem negociado cinco cláusulas que ficaram pendentes desde a última paralisação. Ele afirmou que o prazo para uma contraproposta se esgotou na quinta-feira, 23.
Hoje, os motoristas e funcionários reivindicam que a hora do almoço seja remunerada; o pagamento das horas extras a 100%; a participação nos lucros e resultados (PLR); o “fim das monoculturas do setor de manutenção”; e a promoção para o setor.
No último dia 14, a categoria também realizou uma greve que durou da meia-noite às 15h20 daquela terça-feira. A paralisação foi considerada legal pela Justiça do Trabalho e resultou em uma negociação entre o sindicato dos motoristas e a entidade que representa as empresas, que estabeleceu o pagamento do reajuste de 12,47% contado a partir de maio.
Na época, o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse que iria estudar se o repasse financeiro para que as empresas banquem o aumento das categorias viria de maior subsídio do município ao setor ou de aumento da tarifa, hoje em R$ 4,40. "Vai depender da quantidade de passageiros. Se entra bastante passageiro, aumenta a receita e diminui a diferença para dar o subsídio", disse ao Estadão.
Em nota enviada à reportagem, o sindicato patronal, representado pela SPUrbanuss, disse que "lamenta mais essa paralisação dos motoristas e cobradores de ônibus, com terríveis consequências para a mobilidade da população". A entidade também cobrou que os profissionais "não penalizem os passageiros" e cumpram a determinação adotada pela Justiça na última greve, de colocar em operação 80% da frota nos horários de pico.
A prefeitura ainda não comentou a decisão da categoria.