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Sindicato ameaça adotar operação padrão em aeroportos

Trabalhadores pretendem deixar de acelerar procedimentos para evitar sobrecarga, o que deve atrasar as operações

Aviões no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro (Felipe Varanda/VEJA Rio)

Aviões no Aeroporto Internacional Antonio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro (Felipe Varanda/VEJA Rio)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2010 às 14h10.

O Sindicato Nacional dos Aeronautas e o Sindicato Nacional dos Aeroviários anunciaram hoje que, sem uma nova proposta das companhias aéreas na rodada de negociações marcada para esta tarde a fim de discutir reajustes salariais, as duas categorias vão iniciar amanhã uma "operação de não colaboração". Os aeronautas são os profissionais que tripulam os voos (comissários, pilotos e copilotos) e os aeroviários são aqueles que atuam em solo, como mecânicos e pessoal de check-in.

Na prática, os trabalhadores decidiriam seguir estritamente as regras de seus manuais, sem acelerar procedimentos para minimizar a sobrecarga provocada pelo aumento de demanda nesta época do ano. Se iniciada a operação, a perspectiva é de que haja atrasos nos voos.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Gelson Fochesato, considerou "uma provocação" a proposta das companhias de mudar a data-base das categorias de 1.º de dezembro para 1.º de abril. "É inaceitável essa proposta. Isso é um atentado à dignidade dos trabalhadores", declarou. "Decidimos cumprir estritamente os manuais. Não fazíamos voos inseguros, mas acelerávamos processos."

Entre os itens previstos na chamada "operação de não colaboração" está a recusa dos aeroviários de fazer hora extra e dobrar a escala. De acordo com a presidente do Sindicato Nacional dos Aeroviários, Selma Balbino, outro item prevê que um mecânico não ficará responsável por mais de uma aeronave ao mesmo tempo. Ela disse que hoje é comum que esses profissionais acumulem operações simultâneas em até três aviões.

Embora a perspectiva de demora para cada voo seja de alguns minutos em função da operação, os sindicatos estimaram que, ao final de um dia, uma aeronave poderá acumular até duas horas de atraso.

Na tarde de hoje, os sindicatos dos trabalhadores vão se reunir com negociadores do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), no Rio de Janeiro, para uma nova rodada de negociações.

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