Brasil

Sindicalistas apoiam plebiscito para reforma política

Na terça-feira, as centrais sindicais e o Movimento dos Sem Terra (MST) anunciaram uma manifestação conjunta para 11 de julh

A presidente Dilma Rousseff recebe representantes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto: os sindicalistas prometem reivindicar mais investimentos na saúde, na educação e um transporte público de qualidade. (Antonio Cruz/ABr)

A presidente Dilma Rousseff recebe representantes de centrais sindicais, no Palácio do Planalto: os sindicalistas prometem reivindicar mais investimentos na saúde, na educação e um transporte público de qualidade. (Antonio Cruz/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 16h00.

Brasília - Representantes das principais centrais sindicais do país declararam nesta quarta-feira apoio à convocação de um plebiscito sobre a reforma política, após reunião com a presidente Dilma Rousseff, disseram o ministro do Trabalho, Manoel Dias, e o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas.

De acordo com ambos, a reunião não serviu para levar à presidente a pauta de reivindicações das centrais, que estarão no centro da manifestação convocada pelos sindicalistas para o próximo dia 11.

No entanto, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), criticou o encontro e reclamou que a presidente não deu encaminhamento às demandas dos sindicalistas.

"Encaminhamos a pauta, todas as centrais falaram da pauta de (jornada de trabalho de) 40 horas (semanais), fim do fator previdenciário", disse Paulinho. "Simplesmente a presidente ouviu as centrais, levantou e foi embora sem nenhum encaminhamento", disse.

Freitas, da CUT, por sua vez, disse que a declaração do presidente da Força Sindical foi "totalmente distorcida". "Essa reunião não foi chamada para discutir a pauta dos trabalhadores", afirmou.

"Essa reunião foi chamada para fazer uma discussão sobre a questão das manifestações e do atual momento político do Brasil... O que nós colocamos na reunião: primeiro o apoio que vamos fazer em relação ao plebiscito e em relação à questão da reforma política", acrescentou.


Segundo o ministro do Trabalho, que é do PDT, mesmo partido de Paulinho, Dilma recebeu o apoio dos sindicalistas para o plebiscito e pediu que as centrais "apresentassem soluções" para ajudar a presidente a elaborar propostas que enviará ao Congresso.

Também participaram do encontro representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), da União Geral dos Trabalhadores (UGT), da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), da CSP - Conlutas e da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB).

Pauta sindical

Na terça-feira, as centrais sindicais e o Movimento dos Sem Terra (MST) anunciaram uma manifestação conjunta para 11 de julho. Além da jornada de trabalho de 40 horas semanais sem redução do salário e do fim do fator previdenciário, estará na pauta da manifestação o fim dos leilões do petróleo, a reforma agrária e a rejeição de um projeto de lei que regulamenta a terceirização.

Os sindicalistas prometem ainda reivindicar mais investimentos na saúde, na educação e um transporte público de qualidade, bandeiras da série de protestos que tomou as ruas do país nas últimas semanas.


As manifestações populares levaram Dilma a se reunir com governadores e prefeitos em Brasília na segunda-feira e anunciar pactos nacionais pela saúde, educação, responsabilidade fiscal, transporte público e reforma política.

Na ocasião, a presidente defendeu um debate sobre um plebiscito para autorizar um "processo constituinte específico" para a reforma política. Na segunda-feira, após idas e vindas, o governo abandonou a possibilidade de convocar uma assembleia constituinte para fazer essa reforma.

Mais cedo, antes da fala dos sindicalistas, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender um plebiscito popular, no qual os eleitores responderiam sobre temas específicos da reforma política.

"No plebiscito, o povo participa diretamente, todos que tiverem desejo de participar vão poder fazer a sua escolha, através do seu voto, e definir o sistema político", disse Mercadante, que tem atuado muito próximo da presidente e sido porta-voz do governo.

Acompanhe tudo sobre:PlebiscitoPolítica no BrasilReforma políticaSindicatos

Mais de Brasil

Acidente com ônibus escolar deixa 17 mortos em Alagoas

Dino determina que Prefeitura de SP cobre serviço funerário com valores de antes da privatização

Incêndio atinge trem da Linha 9-Esmeralda neste domingo; veja vídeo

Ações isoladas ganham gravidade em contexto de plano de golpe, afirma professor da USP