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Sigilo é absoluto para todos, defende Janot

O procurador disse que não deve atender o pedido do governo para ter acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da estatal


	Procurador-geral da República, Rodrigo Janot: ele evitou comentar o conteúdo dos depoimentos
 (Antonio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

Procurador-geral da República, Rodrigo Janot: ele evitou comentar o conteúdo dos depoimentos (Antonio Cruz/Agência Brasil/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2014 às 13h27.

Brasília - O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, indicou na manhã desta segunda-feira que não deve atender o pedido do governo para ter acesso ao conteúdo da delação premiada do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto da Costa, preso na Operação Lava Jato.

"O sigilo é absoluto para todos", afirmou Janot ao Broadcast, serviço da Agência Estado de notícias em tempo real, ao ser questionado sobre a solicitação feita pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para receber os depoimentos de Costa.

Na semana passada, Cardozo se encontrou com o procurador-geral para reforçar o pedido, a justificativa é de que os documentos poderão possibilitar que sejam tomadas medidas corretivas pelo Executivo.

Ao falar com a imprensa durante evento organizado pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), Janot afirmou que documentos relativos ao processo do ex-diretor da estatal ainda não chegaram à PGR.

"Até agora não (chegou nenhum documento). A investigação segue normalmente", disse Janot. "Se houver alguém com prerrogativa de foro, os documentos todos devem vir para a PGR e para o Supremo Tribunal Federal", afirmou, sem especificar em qual momento os documentos precisariam ser remetidos para Brasília.

"A estratégia da investigação quem diz é o investigador", afirmou. Atualmente, o processo corre na Vara Criminal Federal de Curitiba, no Paraná.

Nos depoimentos à PF, Paulo Roberto Costa citou deputados federais, senadores, governadores e o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, como envolvidos em suposto esquema de cobrança de propina nos contratos da Petrobras, conforme informações divulgadas.

Janot, contudo, evitou comentar o conteúdo dos depoimentos: "Eu não sei nem se está em processo de delação premiada. Não podemos levar investigação de um caso profundo como esse com base em fatos veiculados pela imprensa", disse.

"No momento oportuno, quando estiver amadurecida a investigação, tomaremos as decisões da melhor maneira possível para que se possa prosseguir na apuração dos fatos", afirmou o procurador. De acordo com Janot, o vazamento do conteúdo da delação está sendo investigado em inquérito na superintendência da Polícia Federal no Paraná.

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