Brasil

Setor produtivo está otimista com economia em 2011, diz Ipea

Levantamento feito pela entidade mostra que setor prevê que a inflação feche o ano dentro da meta e que a Selic suba para 12,5%

O setor produtivo prevê também a criação de 2 milhões de emprego com carteira assinada em 2011 (Daniela de Lamare/Gloss)

O setor produtivo prevê também a criação de 2 milhões de emprego com carteira assinada em 2011 (Daniela de Lamare/Gloss)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2011 às 17h36.

Rio de Janeiro – As entidades que representam o setor produtivo estão otimistas com a economia do país. O grupo espera que o Produto Interno Bruto (PIB), neste ano, cresça 4,5%; a inflação fique dentro da meta, fechando em 5,9%; e a taxa de juro, Selic, chegue a 12,5%.

As estimativas foram divulgadas hoje (6) pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e constam do boletim Sensor Econômico, referente a janeiro e fevereiro. O documento é elaborado com base nas expectativas de representantes da indústria, do comércio, da agricultura, tais como associações, câmaras, sindicatos, federações e confederações.

O coordenador da pesquisa, Renaut Michel, lembra que as projeções podem oscilar até dezembro. Mas que, no caso do PIB, a variação não deve ser muito grande, já que está sustentada em uma base de comparação muito alta, que é o comportamento da economia no ano passado, quando o crescimento do país ficou em 7,5%.

Sobre a inflação, Michel explicou que, somente no segundo semestre, as medidas adotadas, como o corte de gastos públicos e a elevação da taxa de juros, devem se refletir em uma queda do indicador para 5,9%. Na coleta oficial, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação acumula alta de 6,13% nos últimos 12 meses terminados em março.

"No modelo do Banco Central, a taxa de juro afeta a economia, o produto, no período que vai de seis a nove meses do início do aumento do juro. Então, é provável que, só no segundo semestre, as medidas de política monetária afetem a trajetória da inflação", afirmou o economista.

O Sensor Econômico também revela que o setor produtivo espera a geração de 2 milhões de empregos com carteira assinada até o final de ano, principalmente, de vagas para trabalhadores qualificados, além de estimar uma taxa de investimento de 13,5%. Em 2010, a estimativa ficou em 9%.

Embora a previsão com relação à moeda norte-americana seja de oscilação durante o ano, o setor produtivo projeta uma taxa de câmbio com o dólar a R$ 1,73. O valor é considerado elevado pelas empresas exportadoras, mas não indica um saldo negativo da balança comercial.

Segundo a pesquisa, o país deve terminar o ano com superávit de US$ 17 bilhões na balança comercial. As entidades acreditam que as exportações devem chegar a US$ 220 bilhões e as importações devem ser de US$ 203 bilhões.

O Ipea evitou comparar os dados do boletim com outras estimativas feitas pelo mercado ou órgãos de governo e informou que divulgará suas projeções para a economia na próxima semana.

Acompanhe tudo sobre:EstatísticasInflaçãoIndicadores econômicosDesenvolvimento econômicoCrescimento econômicoSelic

Mais de Brasil

Câmara aprova projeto de lei que dificulta aborto legal em crianças

Após megaoperação, Moraes abre inquérito sobre crime organizado no Rio

PEC que flexibiliza privatização da Copasa é aprovada na Assembleia de Minas

Câmara aprova urgência de projeto que dificulta aborto legal em crianças