Colheita de algodão: preço subiu mais de 100% nos últimos anos (Fernando Weberich/Divulgacao)
Da Redação
Publicado em 2 de fevereiro de 2011 às 16h15.
Brasília - A indústria têxtil e de confecções quer apoio do governo para conseguir financiamento e formação de capital de giro no período da entressafra do algodão, que vai até julho, sob pena de colocar em risco a manutenção de empregos no setor. A preocupação foi levada hoje (2) ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, pelo presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecções, Aguinaldo Diniz Filho. Ele afirmou à Agência Brasil, ao sair do ministério, que Pimentel "demonstrou preocupação com a situação e prometeu tentar encontrar soluções".
Segundo Diniz Filho, há falta de algodão no mundo e o preço subiu mais de 100% nos últimos anos. "Nos próximos 4 ou 5 meses o setor vai viver situação muito crítica por isso tivemos que recorrer ao governo".
A área têxtil e de confecções emprega quase 1,7 milhão de pessoas no país.
Aguinaldo Diniz Filho informou que deverá haver "alívio" no fornecimento da matéria prima no segundo semestre, pois o Brasil deverá colher 1,8 milhão de toneladas de algodão, 80% a mais do que a safra de 2010, quando foram colhidas 1 milhão de toneladas. "Mas, os próximos meses vão ser perigosíssimos, em vista do preço alto e da escassez mundial do produto”, disse.
Diniz Filho lembra que os produtos têxteis brasileiros contam com "o agravante da concorrência predatória da China".
Ele afirma que o país oriental afeta com a sua política de preços tanto a indústria têxtil brasileira, quanto a automobilística e a de aço. "A concorrência da China não é igualitária, isonômica, por isso a gente precisa ter nossa defesa comercial sempre muito ativa em relação a eles."
Também participaram do encontro com o ministro outras entidades representativas da indústria têxtil e de confecções.