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Sete Brasil entra com pedido de recuperação, diz fonte

A Sete Brasil Participações protocolou pedido de proteção judicial contra credores, afirmou uma fonte com conhecimento direto do assunto


	Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro
 (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

Presidente da Sete Brasil, Luiz Eduardo Guimarães Carneiro (Lucio Bernardo Jr. / Câmara dos Deputados)

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Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2016 às 21h34.

São Paulo - A Sete Brasil Participações protocolou nesta sexta-feira pedido de proteção judicial contra credores, afirmou à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto, no que deve ser o maior processo de reorganização judicial de uma companhia já realizado no Brasil.

O pedido de recuperação foi protocolado no Rio de Janeiro, onde a Sete Brasil está sediada, e vem após meses de disputas com a Petrobras, sua única cliente conhecida, e dívidas crescentes.

Mais cedo, a Sete Brasil não comentou a informação divulgada pela Reuters de que apresentaria o pedido até segunda-feira. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, os acionistas da Sete Brasil votaram na quarta-feira favoravelmente à busca de proteção contra falência, após os esforços para garantir um contrato de longo prazo com a Petrobras fracassarem.

A Petrobras possui 5 por cento da empresa de fretamento de sondas para exploração de petróleo. Entre os outros acionistas, que detêm participação conjunta de 95 por cento na Sete Brasil por meio de um veículo de investimento conhecido como FIP Sondas, estão os fundos de pensão Previ e Petros, a empresa de investimentos EIG Global Partners e os bancos BTG Pactual e Bradesco.

A pedido de recuperação judicial é o mais recente capítulo em uma dura batalha entre a Petrobras e os outros acionistas da Sete Brasil, credores e fornecedores de um fracassado plano do governo federal de construir a maior frota de sondas de perfuração em águas ultraprofundas do mundo. O projeto de 90 bilhões de dólares começou a ruir em 2014, quando a Petrobras e a Sete Brasil foram envolvidas no grande escândalo de corrupção investigado pela operação Lava Jato.

O colapso da Sete Brasil seria devastador não apenas para os bancos, fundos de pensão e empresas de investimento que apoiaram o projeto, mas para dezenas de estaleiros e fornecedores da companhia.

Mais de 800 mil empregos no setor naval podem ser eliminados, gerando perdas de cerca de 12 bilhões de dólares para a economia, disse uma das fontes na sexta-feira. A Petrobras e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abandonaram o projeto à medida que as investigações de corrupção foram ampliadas, deixando a Sete Brasil moribunda. O BNDES desistiu de compromissos anteriores para refinanciar os empréstimos.

O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e funcionários da divisão de exploração e produção da companhia estão em desacordo sobre o contrato com a Sete Brasil, disseram fontes recentemente à Reuters. A disputa forçou o BTG Pactual e os credores a fazer uma baixa contábil de parte dos valores investidos e emprestados para a Sete Brasil.

O período de suspensão de obrigações financeiras concedido por credores à Sete Brasil, envolvendo 15 bilhões de reais em empréstimos, expira no próximo mês, afirmaram as fontes.

Os bancos Itaú Unibanco, Bradesco, Banco Santander Brasil e os estatais Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil renovaram as linhas de crédito em fevereiro, em troca de acesso a 4,3 bilhões de reais em garantia do fundo naval apoiado pelo governo CDFMM.

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