Brasil

Sessão do tribunal de impeachment começa com críticas à defesa de Witzel

Deputados e desembargadores ouvem testemunhas em processo contra governador afastado nesta segunda-feira (28)

Witzel: depoimento do governador foi suspenso por decisão do STF (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Witzel: depoimento do governador foi suspenso por decisão do STF (Tomaz Silva/Agência Brasil)

AO

Agência O Globo

Publicado em 28 de dezembro de 2020 às 12h44.

A sessão do tribunal misto de impeachment, que julga o processo contra o governador afastado Wilson Witzel, foi aberta com críticas do presidente do Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ), desembargador Claudio de Mello Tavares, à defesa, que conseguiu, no último sábado (26), a suspensão do depoimento do ex-juiz, que aconteceria nesta segunda-feira (28). O depoimento de Witzel seria realizado após o de outras seis testemunhas, e marcaria o fim da fase de instrução processual do rito de impeachment.

Mello Tavares falou na abertura da sessão que ouvirá outras testemunhas, como a ex-subsecretária de Saúde Mariana Scárdua. Ele destacou que o testemunho de Edmar Santos, que ficou calado na sessão do dia 17 de dezembro por estar finalizando delação premiada, foi pedido pela própria defesa:

— Ao arrolar a testemunha, sabia, tanto a defesa como a acusação, que sua participação seria restrita às perguntas que não guardassem relação com a colaboração premiada — disse.

O depoimento de Witzel foi suspenso por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, determinando que o interogatório do governador afastado só poderá ocorrer após a defesa ter acesso a todos os documentos remetidos pelo Superior do Tribunal de Justiça (STJ), que inclui a delação premiada do ex-secretário de Saúde do estado Edmar Santos, além de ouvir novamente Edmar. Com a decisão, o fim do processo, previsto para meados de janeiro, poderá se estender.

Em sua fala, Tavares citou uma frase de Rui Barbosa, de que a "justiça tardia nada mais é que injustiça institucionalizada".

— Por este motivo esse tribunal sempre se pautou pela retidão e cumprimento irrestrito dos preceitos fundamentais, entre eles o contraditório, a ampla defesa, mas também a duração razoável do processo.

Autor do pedido de impeachment, o deputado estadual Luiz Paulo (Cidadania) afirmou que entrou com dois recursos no STF para reverter a decisão de Moraes.

O tribunal está reunido neste momento para ouvir as testemunhas que foram encontradas. Serão ouvidos o ex-assessor especial da subsecretaria de gestão da Atenção Integral à Saúde, Luiz Octávio Martins Mendonça, a ex-subsecretária da área, Mariana Scardua, e os ex-secretários estaduais de Saúde Roberto Robadey e Alex Bousquet.

O empresário Edson Torres, que confessou ter participado de desvios na saúde, não foi encontrado, e deve ser ouvido em outra data.

Acompanhe tudo sobre:GovernadoresImpeachmentRio de JaneiroWilson Witzel

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas