Greve no BC: A estimativa de dirigentes do Sinal é de que mais de 70% dos servidores irão aderir à paralisação (Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
Agência de notícias
Publicado em 11 de janeiro de 2024 às 06h24.
Última atualização em 11 de janeiro de 2024 às 06h24.
Os servidores do Banco Central farão nesta quinta-feira, 11, uma greve de 24 horas, pela qual preveem um possível "apagão" nos serviços do BC. "Antecipa-se que essa ação pode resultar em interrupções operacionais, um verdadeiro 'apagão', em todos os serviços do Banco Central do Brasil.
Isso impactará negativamente o atendimento ao mercado e ao público, incluindo cancelamento de reuniões, manutenção em sistemas e atraso na divulgação de informações", afirmou em nota o Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), confirmando o movimento que foi aprovado em assembleia geral no dia 28 de dezembro.
A estimativa de dirigentes do Sinal é de que mais de 70% dos servidores irão aderir à paralisação. "A decisão de realizar a greve decorre da insatisfação dos servidores em relação ao tratamento dispensado às suas demandas, em meio a concessões assimétricas oferecidas a outras categorias típicas de Estado", disse a entidade, segundo quem, adicionalmente, foi iniciado o processo de entrega de funções comissionadas. "Os servidores assumindo essas funções comprometem-se a entregá-las caso as negociações com o governo não avancem, com a entrega efetiva prevista para a primeira quinzena de fevereiro", afirmou.
As operações compromissadas e a rolagem de swap cambial estão mantidas, conforme comunicados publicados na noite desta quarta-feira.
Como mostrou o Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), para a categoria, o Ministério de Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI) tem tratado a pauta de reivindicações dos funcionários com "descaso". Ao mesmo tempo, alegam os trabalhadores do BC, a Pasta tem feito concessões assimétricas a outras categorias, citando especificamente os policiais federais e auditores da Receita Federal.
Na nota divulgada nesta quarta-feira, 10, o Sinal ainda cita uma "preocupação" com a "falta de diálogo" e o "alegado açodamento autoritário" do presidente do BC, Roberto Campos Neto, na abordagem de questões como a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Independência da autarquia.
O presidente do BC não está em Brasília e, desde segunda-feira, 8, despacha de Miami (EUA), de onde participa da reunião bimestral do Banco de Compensações Internacionais (BIS). Amanhã, o diretor de Administração, Rodrigo Alves Teixeira, responsável pelo diálogo com os servidores, estará na capital federal. Sua agenda prevê apenas despachos internos.