Brasil

Serraglio nega ter falado sobre delação da JBS com Fachin

Segundo a assessoria de Osmar Serraglio, ele se reuniu com Fachin para "tranquilizar" o magistrado de que o corte no orçamento da PF não afetará a Lava Jato

Osmar Serraglio: o ministro teria garantido que, "sempre que for necessário", haverá remanejamento de recursos para a PF (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Osmar Serraglio: o ministro teria garantido que, "sempre que for necessário", haverá remanejamento de recursos para a PF (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 21h09.

Brasília - O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, negou que tenha tratado da delação premiada dos executivos o Grupo J&F durante a audiência com o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, na manhã desta quinta-feira, 25.

Segundo a assessoria de imprensa do Ministério da Justiça, Serraglio esteve com Fachin, relator da Lava Jato na Corte, para "tranquilizá-lo" de que o corte no orçamento da Polícia Federal não irá afetar o funcionamento da operação.

O ministro teria garantido ao magistrado que, se "sempre que for necessário", haverá remanejamento de recursos para a PF.

A reunião teria sido marcada porque, no fim de semana, o jornal O Estado de S. Paulo mostrou que Polícia Federal, subordinada à pasta, reduziu a equipe destacada para a força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, e contingenciou 44% do orçamento de custeio previsto para 2017.

No site do STF, a agenda de Fachin registra que o motivo da audiência seria a petição número 7003, que trata da delação dos empresários do grupo J&F.

Após o encontro, o gabinete de Fachin afirmou que a reunião tratou de "funções e trabalhos da Polícia Federal".

Delação

Na documentação entregue em seu acordo de colaboração sobre os políticos de 28 partidos que teriam recebido propina, o diretor de relações Institucionais da J&F Ricardo Saud elenca um repasse de R$ 200 mil para Serraglio.

Até o momento, porém, o ministro da Justiça não é investigado nos inquéritos abertos após a colaboração dos executivos do grupo.

Ele é citado também em um diálogo entre o senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG) e Joesley Batista, um dos donos da JBS.

Na conversa, Aécio diz que o presidente Michel Temer 'errou' ao nomear o peemedebista para o Ministério da Justiça e o classifica com palavras chulas.

A indicação de Serraglio para o Ministério da Justiça resultou na ida de Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) para a Câmara dos Deputados.

Flagrado recebendo uma mala com R$ 500 mil, Rocha Loures é apontado por Joesley Batista como o interlocutor indicado por Temer para tratar de temas de interesse da empresa.

O ministro da Justiça já apareceu em outra operação da Polícia Federal que teve a JBS como alvo.

Na Carne Fraca, Serraglio aparece em interceptações telefônicas com o fiscal agropecuário acusado de liderar um suposto grupo criminoso que atuava na fiscalização de grandes frigoríficos.

O ministro nega todas as acusações.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaEdson FachinJBSJoesley BatistaOsmar Serraglio

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas