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Serraglio nega obstrução da Lava Jato pelo Ministério da Justiça

O ministro também negou ter defendido anistia do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, seu colega de PMDB

Serraglio: o ministro acusou os veículos de imprensa de "defeito de interpretação" por dizerem que ele anistiaria Cunha (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Serraglio: o ministro acusou os veículos de imprensa de "defeito de interpretação" por dizerem que ele anistiaria Cunha (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 24 de fevereiro de 2017 às 21h30.

O novo ministro da Justiça, Osmar Serraglio, negou qualquer intenção de obstruir as investigações da Operação Lava Jato feitas pela Polícia Federal (PF).

Em entrevista concedida ao programa Nos Corredores do Poder, da TV Brasil, hoje (24), Serraglio disse que o Ministério da Justiça não vai interferir nos trabalhos da PF e acrescentou que a origem da pasta é administrativa e a sua atuação e da PF não se confundem.

"[Não haverá] nenhuma interrupção na Lava Jato. A nossa ascendência é administrativa. O Ministério da Justiça não tem nenhuma interferência na investigação da Polícia Federal. Ela [a PF] é autônoma", disse Serraglio à repórter Mariana Jungmann.

O ministro também negou ter defendido anistia do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, seu colega de PMDB.

Serraglio explicou que a relação dele estava limitada a ser do mesmo partido e trabalhar por pautas em comum, como o impeachment da então presidenta da República Dilma Rousseff.

O ministro acusou os veículos de imprensa de "defeito de interpretação" por dizerem que ele anistiaria Cunha, atualmente preso em Curitiba.

Ele explicou que a situação de Dilma, na época do processo de impeachment, e de Cunha se assemelhavam por tratarem de fatos anteriores ao mandato que tinham e, por isso, falou em anistia para o ex-deputado federal.

"Nos jornais saiu que eu daria anistia para o Cunha. Isso é um defeito de interpretação. Foi apresentada a acusação do impeachment da Dilma e a defesa tinha como maior argumento que ela só podia responder pelos atos praticados no atual mandato. Eu dizia que se o PT estava dizendo isso, ele iria anistiar o Cunha, porque ele estava sendo acusado por questões anteriores, as contas na Suíça. Precisamos entender o direito como ele funciona", disse.

Serraglio foi confirmado ontem pelo presidente Michel Temer como novo titular da Justiça. Em nota divulgada pelo porta-voz da presidência, Alexandre Parola, Temer expressou "plena confiança" na capacidade de Serraglio para conduzir os trabalhos da pasta.

"Jurista e congressista com larga trajetória parlamentar na Câmara dos Deputados, o deputado traz sua ampla experiência profissional e política para o trabalho de levar adiante a agenda de atribuições sob sua responsabilidade", disse Parola.

Serraglio substitui Alexandre de Moraes, nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) após ter sido indicado por Temer.

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