Brasil

Serei um operário, diz novo líder do governo no Congresso

Alinhado com Bolsonaro nas votações, o senador Eduardo Gomes vai substituir Joice Hasselmann, que deixou o cargo após disputas internas do PSL

PSL: Eduardo Gomes será responsável por articular, entre outras coisas, a a análise do Orçamento de 2020 (Jane de Araújo/Agência Senado)

PSL: Eduardo Gomes será responsável por articular, entre outras coisas, a a análise do Orçamento de 2020 (Jane de Araújo/Agência Senado)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2019 às 08h25.

Última atualização em 18 de outubro de 2019 às 08h27.

O novo líder do governo no Congresso, senador Eduardo Gomes (MDB-TO), aposta em um perfil discreto para tentar evitar que a crise no PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, comprometa a agenda de votações no Congresso. Ele disse que pretende atuar de maneira "discreta, porque líder tem de trabalhar pela convergência e com foco nas matérias de interesse do governo e do País, então eu fico tranquilo", afirmou. "Vou ser um operário."

Gomes foi escolhido para substituir Joice Hasselmann (SP) na liderança depois que Bolsonaro viu o nome da deputada em uma lista para manter Delegado Waldir (GO) na liderança do PSL na Câmara. A escolha foi oficializada em uma reunião no Planalto com Bolsonaro e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, nesta quinta-feira, 17, pela manhã. A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União à tarde.

Eduardo Gomes era um dos vice-líderes do governo no Senado, atua alinhado com o presidente Jair Bolsonaro e é fiel nas votações - votou contra desidratar a reforma da Previdência e a favor do decreto presidencial que flexibilizou o porte de armas. O perfil levou Bolsonaro a escolher o emedebista para o cargo.

O novo líder terá a missão de articular a análise do Orçamento de 2020 e preparar o terreno para as pautas do Planalto no ano que vem, entre elas a reforma tributária. Na avaliação de Gomes, não será possível emplacar mais nenhuma grande proposta em 2019 após a conclusão da reforma da Previdência.

Gomes já passou por vários partidos, da esquerda ao Centrão: foi do PP, PSB, PSDB e Solidariedade. No começo deste ano, se filiou ao MDB a convite do senador Renan Calheiros (AL) e do então presidente nacional da sigla, Romero Jucá.

Foi vereador, já teve três mandatos como deputado federal e, filiado ao Solidariedade, se elegeu ao Senado pelo Tocantins no ano passado. É afilhado político do ex-governador Siqueira Campos (DEM).

Reflexo

O novo líder quer evitar que a crise no PSL se transforme em uma bomba-relógio na agenda do governo. Gomes disse acreditar que a crise no partido não vai refletir na votação de matérias de interesse nacional. "É só você olhar a coerência de quem votou nas matérias do governo e quem não vai mudar de voto por uma questão partidária", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CongressoGoverno BolsonaroJoice HasselmannPSL – Partido Social Liberal

Mais de Brasil

Senado aprova fim de atenuante de idade para crimes de estupro

Maioria do STF vota para responsabilizar redes por conteúdo ilegal

Moraes formaliza pedido de extradição de Zambelli da Itália para cumprimento de pena