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Será mais lento e caro aprovar reformas, diz The Economist

Em análise, a revista britânica afirma que a eleição do novo presidente da Câmara expôs a baixa qualidade da articulação política do governo

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 15h04.

O ano para o presidente Lula impulsionar as reformas necessárias para sustentar uma forte recuperação da economia é 2005. Ou melhor, seria 2005, se Lula não tivesse perdido esta semana o controle do Câmara dos Deputados. A avaliação está em um artigo da revista britânica The Economist publicado nesta semana. A inesperada derrota expôs a baixa qualidade da articulação política do governo, diz a análise, que deu pouca atenção ao "baixo clero" parlamentar. Para piorar, no ano que vem a vida parlamentar será ainda mais difícil, pois 2006 é o momento em que Lula vai atrás do segundo mandato.

Intitulado "A conspiração do clero", a análise se refere à fama do novo presidente da casa, Severino Cavalcanti (PP-PE) como o líder de "obscuros deputados cujo principal objetivo é levar verbas para suas bases eleitorais". Apesar de Cavalcanti ser do PP, um dos partidos da base de apoio a Lula, The Economist afirma que sua agenda não coincide com a do governo. Ele quer dobrar os salários dos parlamentares, reduzir o número de medidas provisórias e ampliar o controle do Congresso sobre o orçamento. Para a revista, diante do infortúnio, o governo só pode culpar a si mesmo. O nome de Luiz Eduardo Greenhalgh foi uma escolha "desastrosa", que desagradou aos deputados conservadores e foi incapaz de impedir a candidatura avulsa do petista Virgílio Guimarães "uma rara brecha na usual disciplina monolítica do partido".

A agenda legislativa para o ano, diz a revista, é mais modesta do que deveria ser, omitindo por exemplo a autonomia para o Banco Central. "Aprovar reformas vai agora ser mais lento, incerto e dispendioso", afirma o texto.

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