A comitiva de senadores pretende visitar presos políticos da Venezuela, como Leopoldo Lopez (Jorge Silva/Reuters)
Da Redação
Publicado em 16 de junho de 2015 às 16h09.
Brasília - Com o silêncio do governo venezuelano sobre a autorização para que um avião de Força Aérea Brasileira (FAB) pouse, na próxima quinta-feira (18), com uma comitiva de senadores brasileiros, no aeroporto de Caracas, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse hoje (16) que o grupo irá ao país em um avião comercial.
A autorização, que ainda está sem resposta, foi solicitada na última sexta-feira (12) pela FAB, após pedido da Mesa do Senado.
"A resposta não chegou, mas há muito rumor porque a disposição dos senadores é ir em avião de carreira. [O ministro da Defesa Jaques] Wagner me disse que não tem uma posição definitiva da Venezuela, mas esta também é uma questão resolvida a partir da decisão dos senadores", disse.
Na avaliação do presidente do Senado, "o fato da FAB não ter respondido" não deixa de ser entendido como uma negativa, no entanto, para ele, o assunto não provoca qualquer crise entre os dois países.
A comitiva de senadores pretende visitar presos políticos daquele país, como Leopoldo Lopez (líder do partido Vontade Popular), o ex-prefeito de Caracas, Antonio Ledezma e o ex-prefeito de San Cristobal, Daniel Ceballos. Todos fazem oposição ao presidente do país, Nicolás Maduro.
Diante da polêmica em torno do assunto, o ministro da Defesa, Jacques Wagner, esteve pessoalmente na manhã de hoje no Senado para se reunir com o presidente da Casa.
Wagner negou que o pedido tenha sido oficialmente negado e disse que autoridades brasileiras conversaram com as venezuelanas.
"Aquilo lá é um outro país, o embaixador do Brasil na Venezuela sabe, já falou, evidentemente que o governo da Venezuela é soberano para isso, o adido militar lá já foi falar com a contraparte, agora eles é que tem que emitir a autorização", disse.
Jacques Wagner esclareceu ainda que qualquer avião da FAB pra sair daqui e ir a qualquer lugar, tem de pedir ordem de passagem pelo espaço aéreo e ordem de pouso.
"Não é verdade que tenha sido negado [a entrada de] nenhum avião. O presidente Renan sabe disso, o presidente Aloysio Nunes [presidente da Comissão de Assuntos Exteriores] também sabe disso. Todos dois acompanharam tudo", ressaltou.