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Senadores patrocinados ressaltam legalidade de doações

Os senadores que receberam contribuições financeiras para suas campanhas de empresas fornecedoras da Petrobras e são titulares da CPI da estatal se defenderam


	Humberto Costa (PT-PE): o líder do PT no Senado disse que não houve "nenhum tipo de contrapartida" nas contribuições feitas para a sua campanha
 (Antonio Cruz/Abr)

Humberto Costa (PT-PE): o líder do PT no Senado disse que não houve "nenhum tipo de contrapartida" nas contribuições feitas para a sua campanha (Antonio Cruz/Abr)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2014 às 10h15.

Brasília - Senadores que receberam contribuições financeiras para suas campanhas eleitorais de empresas fornecedoras da Petrobras e são titulares da comissão parlamentar de inquérito instalada para investigar negócios da estatal garantiram ontem que isso não vai interferir em suas atuações na CPI.

Procurados pela reportagem, os senadores afirmaram que as doações registradas em 2010 foram feitas dentro da lei.

O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), disse que não houve "nenhum tipo de contrapartida" nas contribuições feitas para a sua campanha e para seu partido.

"Foram todas feitas dentro da legislação, sem nenhum tipo de contrapartida", afirmou. Segundo ele, há constrangimento "zero" em eventualmente investigar a construtora Camargo Corrêa, que doou R$ 1 milhão para o senador petista.

"(É) Esse o tipo de visão que a oposição tenta colocar. Isso sim é uma maneira de constranger os integrantes da CPI talvez para que não tomem determinadas medidas que precisam ser tomadas", disse Costa.

Também beneficiada com doações da Camargo Corrêa, Vanessa Grazziotin (PC do B-AM) disse que a empresa é uma dentre várias outras doadoras e as contribuições se deram "dentro das regras legais e vigentes".

Ela recebeu ao todo R$ 500 mil da construtora em 2010. "Não há de nossa parte nenhum óbice, visto que não temos qualquer acordo com a mesma, nem mesmo qualquer contato próximo com a direção da empresa’, afirmou.

Procurados, os senadores Ciro Nogueira (PP-PI) e José Pimentel (PT-CE), que também receberam doações da Camargo Corrêa, não responderam aos pedidos de entrevista feitos pela reportagem.

Os requerimentos apresentados à CPI da Petrobrás no Senado também é outra justificativa usada por parlamentares da base aliada do governo Dilma Rousseff para afirmar a "neutralidade" da comissão, formada por maioria governista.

Segundo o presidente da CPI no Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), as investigações da comissão serão feitas com base nos objetos do plano de trabalho aprovado anteontem.

"Se alguma empresa estiver dentro desses eixos, os documento vão estar constando participação e vamos trabalhar em cima deles", disse o senador peemedebista.

Pedidos

Dois requerimentos aprovados na sessão de inauguração da CPI do Senado fazem referência direta à Camargo Corrêa. Um pede cópia do contrato celebrado entre a Petrobrás e o consórcio da empresa com a Iesa para a construção da plataforma P-62.

A plataforma, construída no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), na cidade de Ipojuca, em Pernambuco, teve as obras atrasadas após um acidente, em março de 2013, durante o içamento de uma peça. Os senadores também querem ouvir Paulo Augusto Santos da Silva, presidente do consórcio Camargo Corrêa/ Iesa.

Outros oito pedidos citam a refinaria de Abreu e Lima. Há solicitações de cópias de contratos, aditivos e pagamentos realizados pela Petrobrás a fornecedores da refinaria. A Camargo Corrêa foi procurada ontem, mas não se manifestou.

Notas

Em nota, a construtora OAS afirmou que todas as doações eleitorais da empresa são feitas nas formas previstas na lei.

A Votorantim Cimentos também informou, por meio de nota, que as contribuições estiveram "rigorosamente" de acordo com a legislação eleitoral vigente no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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