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Senadores criticam decisão do STF sobre Cesare Battisti

Senadores da oposição condenaram decisão a favor da permanência no Brasil do ex-ativista acusado de quatro assassinatos

Advogado pediu que a imprensa dê um momento de paz a Battisti até que ele se recomponha do momento difícil que viveu no cárcere (Agência Brasil)

Advogado pediu que a imprensa dê um momento de paz a Battisti até que ele se recomponha do momento difícil que viveu no cárcere (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2011 às 19h29.

Brasília - Procurador da República aposentado, o senador Pedro Taques (PDT-MT) criticou hoje, da tribuna do Senado, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de ratificar a decisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de negar ao governo da Itália a extradição de Cesare Battisti. Taques prevê que a iniciativa levará o País a ser um "cafofo de criminosos". "A decisão do Supremo é lamentável. Com todo respeito aos ministros, é uma decisão taratológica do ponto de vista constitucional", alegou.

O senador afirmou que Battisti, condenado na Itália por quatro homicídios, deveria ser extraditado para aquele País e não ser favorecido pela iniciativa de Lula em descumprir o tratado de extradição firmado com o Brasil. "Será que a Itália é a Coreia do Norte? Será que a Itália é Cuba? Será que a Itália é a antiga Albânia em que existe desrespeito a direitos fundamentais? Penso que não."

O líder do DEM, Demóstenes Torres (GO), atribuiu a "posição infeliz" do governo brasileiro "a um viés ideológico para atender a uma demanda retrógrada de setores de esquerda". Ele condenou a decisão do STF de endossar a posição de Lula. "O Supremo não é órgão consultivo, o julgamento do Supremo é para ser cumprido por um senador, é para ser cumprido por um lixeiro e é para ser cumprido pelo senhor presidente da República", afirmou, referindo-se à decisão inicial do tribunal favorável à extradição de Battisti.

No entender de Demóstenes, o STF foi desrespeitado pelo ex-presidente da República. "E ontem, os ministros do Supremo, na minha opinião, não agiram com correção, seguiram o parecer do doutor Gurgel (procurador-geral da República, Roberto Gurgel), mas o doutor Gurgel todos já conhecem", ironizou, referindo-se à decisão do procurador de "inocentar" o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, com relação ao crescimento de seu patrimônio.

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