Brasil

Senado votará caso Aécio independente do STF, diz Eunício

No entanto, a votação, prevista para acontecer na terça-feira, 3, foi adiada para o dia 17 de outubro

 (Agência Brasil/Agência Brasil)

(Agência Brasil/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 12h47.

Brasília - O presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou nesta quarta-feira, 4, que colocará em votação no plenário da Casa as sanções impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) ao senador Aécio Neves (PSDB-MG), mesmo que a Corte mantenha o entendimento atual, que não prevê o aval do Congresso para medidas restritivas impostas a parlamentares. A votação, prevista para acontecer na terça-feira, 3, foi adiada para o dia 17 de outubro.

Por 50 votos a 21, a maioria dos senadores decidiu aguardar que o plenário do Supremo julgue uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) que defende justamente a necessidade de medidas cautelares contra parlamentares serem autorizadas pela Câmara ou pelo Senado. O julgamento na Corte está marcado para o próximo dia 11.

"Se a posição do Supremo for manter, é natural que o Senado delibere, porque é o que diz a Constituição Federal", afirmou Eunício. "Não cabe a esta Casa interferir na outra Casa. Não cabe a este Poder, que é independente, interferir em outro Poder, que também é independente. Mas está muito claro, quem julga ministro do Supremo é a Constituição, quem julga parlamentar federal também é a Constituição, não a legislação ordinária."

A decisão dos senadores teve como objetivo evitar o acirramento da crise institucional com o Judiciário, aberta após a decisão da Primeira Turma do Supremo que determinou o afastamento do mandato e o recolhimento noturno de Aécio.

O principal argumento para que as restrições passem pelo crivo do Legislativo é o de que não cabe ao Judiciário impor o afastamento de um parlamentar sem cassar o seu mandato ou determinar a perda de seus direitos políticos.

O próprio Eunício tem essa opinião, mas afirmou que o adiamento seria uma chance de o próprio Supremo rever o entendimento e dar o aval para que o Senado derrube ou mantenha a decisão da Primeira Turma sobre Aécio.

"Cabe a cada um dos Poderes tomar decisão sobre seus parlamentares. A Casa tem um Conselho de Ética e pode cassar um senador, como a Câmara pode cassar um deputado", disse Eunício.

"Assim como o CNMP pune os membros do Ministério Público e o CNJ pune os membros do Judiciário. Os Poderes são harmônicos, mas independentes entre si."

Ele disse ter passado a terça conversando com a presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, antes de pautar o adiamento da votação no Senado.

"Passei o dia todo conversando com a presidente Cármen Lúcia, com senadores, com líderes do Senado, com todos que pude conversar, de todos os partidos, para que a gente esperasse a decisão (do STF), já que ela antecipou também a pauta e publicou num Diário Oficial extra. Para que a gente não votasse aqui nesta Casa dando a possibilidade ao pleno do Supremo de rever a posição de alguns de seus membros pela maioria", afirmou Eunício.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesEunício OliveiraSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas