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Senado recebe Mourão em meio à pressão crescente sobre desmatamento

Desde o início do ano, Mourão preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, e não tem conseguido bons resultados

(Curitiba - PR, 28/06/2019) Presidente da República em Exercício Hamilton Martins Mourão apresenta palestra no Graciosa Country Club.

 (Romério Cunha/VPR/Flickr)

(Curitiba - PR, 28/06/2019) Presidente da República em Exercício Hamilton Martins Mourão apresenta palestra no Graciosa Country Club. (Romério Cunha/VPR/Flickr)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de julho de 2020 às 06h47.

Última atualização em 14 de julho de 2020 às 06h50.

Hamilton Mourão estará nos holofotes nesta terça-feira (14). O vice-presidente será ouvido, a partir das 16 horas, em uma audiência por videoconferência no Senado sobre o desmatamento da Amazônia.

O convite é antigo, mas ganhou relevância com a pressão nacional e internacional crescente diante dos números alarmantes da área ambiental no governo Bolsonaro. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento na Amazônia brasileira teve uma máxima de 11 anos em 2019.

Desde o início do ano, Mourão preside o Conselho Nacional da Amazônia Legal, que responde por ações de preservação e também faz a gestão do Fundo Amazônia, que recebe recursos de empresas e outros países para este fim.

Sua gestão não entregou, por enquanto, resultados positivos. Em junho, por exemplo, as queimadas na Amazônia tiveram o maior índice para o mês nos últimos 13 anos, também segundo o Inpe.

Recentemente, um grupo de quase 30 fundos de investimento que gerenciam US$ 3,7 trilhões em ativos ameaçou desinvestir do país se não houvesse freio ao desmatamento.

Na semana passada, o mesmo apelo veio em uma carta direcionada a Mourão dos CEOs de empresas como Ambev, Bradesco, Cosan, Itaú, Klabin, Natura, Santander, Shell e Suzano.

A crise ameaça o setor de agronegócio, um dos mais resilientes da economia nacional, e vai deixando cada vez mais distante a perspectiva de aprovação do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia.

O governo admite piora na “imagem” e culpa críticos internos e pressões protecionistas, mas resiste a mudanças mais profundas - ou óbvias. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, segue no cargo.

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