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Senado gasta R$ 8,2 mil em quadro do ex-presidente Eunício Oliveira

Alvo de três inquéritos por suspeita de corrupção, ex-senador não foi reeleito e passa a compor a galeria da Casa Legislativa

Eunício Oliveira: ex-senador diz não saber sobre pintura, mas afirmou que se ficar boa vai encomendar uma para si (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Eunício Oliveira: ex-senador diz não saber sobre pintura, mas afirmou que se ficar boa vai encomendar uma para si (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2019 às 08h29.

Brasília - A galeria com imagens de ex-presidentes do Senado Federal ganhou um novo "morador". Encomendado no início de novembro, o retrato a óleo sobre tela de Eunício Oliveira (MDB-CE) já está pendurado na parede do Salão Nobre da Casa. A obra que retrata o ex-presidente custou R$ 8,2 mil à Casa.

Alvo de três inquéritos por suspeitas de corrupção, Eunício não conseguiu se reeleger como senador. Disse, após a derrota nas urnas, que iria se dedicar à sua vida pessoal. Ele nega as acusações.

O retrato do ex-senador está ao lado do de seu antecessor e correligionário, Renan Calheiros (AL), também alvo de suspeitas de corrupção - responde a 14 inquéritos no Supremo Tribunal Federal (STF).

A obra recém-chegada, porém, é mais cara que a de Renan, que custou ao Senado R$ 6,9 mil em 2017 - R$ 7,4 mil, em valores atualizados pela inflação. Ambas foram pintadas pelo artista plástico Urbano José Pibernat Villela, de 76 anos.

Em conversa com a reportagem por telefone, Eunício afirmou ainda não ter visto a obra que inspirou. "Ninguém me falou disso, não. Mas se ficar bom, eu vou encomendar um para mim", afirmou o ex-senador.

No Palácio do Planalto e no STF, os ex-presidentes também são homenageados com retratos nas paredes após deixarem o posto. Nos dois casos, porém, são usadas fotografias. No Senado, a confecção de telas em óleo é uma tradição.

Filho do artista e responsável pelo ateliê de seu pai, Urbano Lago Villela Neto rebate críticas sobre o valor despendido pelo quadro. "É uma 'judiaria' (sic) e até um certo pecado pegar no pé de uma encomenda que o Senado faz para um artista brasileiro, renomado como meu pai é. O Senado tem tanto gasto supérfluo, às vezes uma troca de carpete do local é mais cara que a obra", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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