Brasil

Senado deve decidir nesta tarde se Aécio cumpre decisão do STF

Nos bastidores, a maioria dos senadores entende que o Senado tem a palavra final sobre afastamento de parlamentares

Aécio Neves: a sessão que pode definir a situação de Aécio está marcada para as 16h (Evaristo Sa/AFP/AFP)

Aécio Neves: a sessão que pode definir a situação de Aécio está marcada para as 16h (Evaristo Sa/AFP/AFP)

AB

Agência Brasil

Publicado em 3 de outubro de 2017 às 14h58.

No dia em que o plenário do Senado pode julgar a decisão da 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), que afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do mandato e determinou o recolhimento noturno do parlamentar, o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDB-CE), evitou falar com os jornalistas e despachou de seu gabinete pessoal, no 17º andar, e não no gabinete da presidência, como habitualmente faz.

A sessão que pode definir a situação de Aécio está marcada para as 16h. Nos bastidores, a maioria dos senadores entende que o Senado tem a palavra final sobre afastamento de parlamentares, contrariando entendimento do Supremo até agora. Isso porque a Corte marcou para o próximo dia 11 o julgamento da análise do procedimento a ser adotado em suspensões de mandato parlamentar. O relator será o ministro Edson Fachin.

Hoje (3) a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, manteve Fachin como relator do pedido de Aécio para que a Corte suspenda seu afastamento das atividades parlamentares.

Ontem (2), a defesa do senador pediu que o mandado de segurança, com pedido de liminar (decisão provisória), fosse redistribuído, argumentando que Fachin não poderia ser relator por ter sido o autor do relatório sobre o primeiro afastamento de Aécio, em maio.

Em outro mandado de segurança, o PSDB fez pedido similar, no intuito de que o afastamento seja suspenso em definitivo. Por prevenção, Fachin também é o relator da solicitação do partido de Aécio.

Cármen Lúcia, a quem cabe decidir sobre redistribuição de processos, entendeu que o argumento da defesa não procede, pois o afastamento determinado na semana passada pela 1ª Turma do STF é uma nova medida, em nada relacionada a qualquer decisão anterior de Fachin.

A sessão do Senado que pode levar Aécio a retomar as atividades parlamentares é o mais comentado nas rodas de senadores.

"O melhor serviço que Senado pode oferecer é possibilitar ao Supremo Tribunal Federal decidir se deve, ou não, rever a decisão tomada pela 1ª Turma, e não há espaço para interferência de outro poder nas decisões do Supremo. Nós não poderíamos falar em independência do Poderes se o Senado se recusasse a cumprir uma decisão imposta pela Suprema Corte.E é o que se pretende aqui: desautorizar o Supremo Tribunal Federal de adotar medidas cautelares diversas da prisão, isso não cabe. O Senado cometerá um equívoco", ressaltou o senador Alvaro Dias (Podemos-PR), um dos poucos a defender essa tese.

Já o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) defende uma resposta do Senado em plenário contra a decisão do STF.

"É fundamental que nenhuma decisão de nenhum Poder interfira na separação dos Poderes, na independência que cada um deve ter. Esta é a questão de foco central. Qualquer outra questão de quem cabe a primeira palavra, ou não, quem fala por ultimo não está em discussão. O que está em discussão é se o Supremo Tribunal Federal pode editar medidas cautelares contra mandatários. Porque se o mandato é indisponível, só a Casa legislativa, na forma da Constituição, pode dispor dele".

"O que está em discussão é se o Supremo pode, cautelarmente, afastar senador, prender senador. Não é o Aécio; é qualquer um. É chegado o momento de esses atores institucionais todos fazerem sue papel com responsabilidade", acrescentou Renan, ex-presidente do Senado.

Acompanhe tudo sobre:aecio-nevesSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Governadores do Sul e do Sudeste criticam PEC da Segurança Pública proposta por governo Lula

Leilão de concessão da Nova Raposo recebe quatro propostas

Reeleito em BH, Fuad Noman está internado após sentir fortes dores nas pernas

CNU divulga hoje notas de candidatos reintegrados ao concurso