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Senado convoca chefe da Secom para explicar contratos de sua empresa

Reportagem da Folha revelou que Fábio Wajngarten recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pelo governo Bolsonaro

Fábio Wajngarten: a presença de Wajngarten é obrigatória, mas ainda não há data marcada para o depoimento (Alan Santos/PR/Flickr)

Fábio Wajngarten: a presença de Wajngarten é obrigatória, mas ainda não há data marcada para o depoimento (Alan Santos/PR/Flickr)

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Clara Cerioni

Publicado em 3 de março de 2020 às 14h14.

Brasília — O secretário de Comunicação Social da Presidência, Fábio Wajngarten, foi convocado a comparecer no Senado para depor sobre a denúncia de que a empresa da qual é sócio recebe dinheiro de emissoras de TV e de agências de publicidade contratadas pela própria secretaria, ministérios e estatais do governo de Jair Bolsonaro.

O requerimento, apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), foi aprovado pela Comissão de Fiscalização e Controle nesta terça-feira (03). A presença de Wajngarten é obrigatória, mas ainda não há data marcada para o depoimento.

A convocação tem como base uma reportagem da Folha de S.Paulo, de janeiro, que revelou que a FW, empresa que Wajngarten detém 95% das cotas, fornece estudos de mídia para TVs e agências, incluindo mapas de anunciantes do mercado.

A reportagem confirmou contratos da FW com ao menos cinco empresas que recebem do governo, entre elas a Band e a Record.

A prática pode incorrer na lei de conflito de interesses, que veda o “exercício de atividade que implique a prestação de serviços ou a manutenção de relação de negócio com pessoa física ou jurídica que tenha interesse na decisão do agente público”.

A Polícia Federal e a Comissão de Ética da Presidência abriram inquéritos para apurar o envolvimento de Wajngarten com ilegalidades, como práticas de corrupção passiva, peculato e advocacia administrativa (patrocínio de interesses privados na administração pública).

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