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Senado começa a discutir indicação de novo presidente do Banco Central

Relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) indica o nome do economista Roberto Campos Neto para o cargo de Ilan Goldfajn

Relatório indica o nome do economista Roberto Campos Neto para o cargo de presidente do Banco Central, no lugar de Ilan Goldfajn (Adriano Machado/Reuters)

Relatório indica o nome do economista Roberto Campos Neto para o cargo de presidente do Banco Central, no lugar de Ilan Goldfajn (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 13h01.

O relatório do senador Eduardo Braga (MDB-AM) que indica o nome economista Roberto Campos Neto para o cargo de presidente do Banco Central, no lugar de Ilan Goldfajn, foi lido nesta terça-feira (19), na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. Com pedido automático de vista coletiva no colegiado, a sabatina ficou marcada para a próxima terça-feira (26).

Campos Neto, que esteve na semana passada no Senado e visitou parlamentares, foi elogiado por senadores de vários partidos. O senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) disse, na comissão, que o economista está comprometido em ampliar a competição do sistema bancário nacional com o objetivo de enfrentar a questão dos spreads bancários, a diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar, e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro.

Bezerra destacou que Campos Neto vai dar enfoque ao crédito imobiliário e à ampliação das linhas de microcrédito. "Isso poderá ajudar na promoção da criação de milhares de empregos", afirmou.

Para o senador Flavio Bolsonaro (PLS-RJ) a indicação de Campos Neto traz boas expectativas em relação ao governo de Jair Bolsonaro. "[ Campos Neto] É de um perfil que tudo indica que caminhará pela independência do Banco Central. Pessoa muito bem indicada para garantir a estabilidade do nosso sistema financeiro", ressaltou.

Para o líder do PSL na Casa, Major Olímpio (SP), ao longo de toda a formulação do programa econômico do governo, na equipe do professor Paulo Guedes, o economista se colocou como um brasileiro altruísta e realista, se afastando da administração de banco privado que, segundo o senador, lhe proporcionava condições materiais mais favoráveis do que a condição em que está se colocando.

Currículo

Roberto de Oliveira Campos Neto é bacharel e mestre em economia pela Universidade da Califórnia. Iniciou a carreira no Banco Bozano Simonsen e trabalhou no Banco Santander por vários anos. Participou da formulação da política econômica do governo Bolsonaro à qual diz ter "perfeita afinidade intelectual e moral com a equipe econômica", segundo mensagem enviada ao Senado.

O postulante ao cargo de presidente do Banco Central é atualmente assessor do ministro da Economia, Paulo Guedes, e integrou a comitiva brasileira no Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça. O indicado é neto do economista, diplomata e escritor Roberto Campos (1917-2001), defensor do liberalismo econômico, que participou do governo Juscelino Kubitschek e foi ministro do Planejamento do governo Castello Branco. Seu avô foi deputado federal e senador, além de membro da Academia Brasileira de Letras e embaixador em Washington e Londres. Campos Neto substituirá Ilan Goldfajn no cargo.

Outras indicações

As indicações de Bruno Serra Fernandes para a Diretoria de Política Monetária do BC; de João Manoel Pinho de Melo para a Diretoria de Organização do Sistema Financeiro; e de Flávia Martins Sant'Anna Perlingeiro para o cargo de diretora da Comissão de Valores Imobiliários (CVM), também foram lidas nesta terça-feira. Assim como Campos Neto, as demais indicações também tiveram pedido de vista coletiva automática. Todos serão sabatinados na terça-feira (26).

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