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Senado aprova projeto que cria regras nas redes contra a 'adultização' de crianças e adolescentes

Proposta passou na Câmara na semana passada e segue para a sanção

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Publicado em 27 de agosto de 2025 às 19h11.

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O Senado aprovou, nesta quarta-feira, o projeto de lei que combate a chamada "adultização" de crianças e adolescentes. O debate sobre o projeto ganhou destaque nacional após a repercussão do vídeo do influenciador Felca, que levantou discussões sobre a exposição precoce de crianças e adolescentes nas redes sociais.

A proposta passou na Câmara na semana passada e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), conduziu a votação com um adesivo colado no terno que trazia os dizeres "criança é prioridade". Senadores de oposição e governistas usaram o mesmo adereço em suas roupas. A matéria segue para a sanção presidencial.

Apenas os senadores Eduardo Girão (NOVO-CE), Carlos Portinho (PL-RJ) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) registraram posicionamentos contrários na votação simbólica.

De autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-ES), o projeto, que ficou informalmente conhecido como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) digital, estabelece que as plataformas digitais devem facilitar aos responsáveis o acesso a informações sobre o que os filhos fazem on-line, prevenindo a exposição a crimes como pedofilia.

O texto prevê que as redes sociais devem adotar uma espécie de “dever de cuidado” em relação a menores de idade, impondo uma série de medidas de proteção e responsabilizando as empresas que não cumprirem essas obrigações. Ainda segundo o texto do projeto, os pais devem ter acesso a mecanismos de controle, para que possam impedir a visibilidade de determinados conteúdos, além de limitar a comunicação direta entre adultos e menores e restringir o tempo de uso. Para isso, o projeto permite a criação de contas por crianças desde que estejam vinculadas a contas ou perfis dos responsáveis legais.

Além disso, estabelece que as redes sociais devem adotar uma espécie de “dever de cuidado” em relação a menores de idade, impondo uma série de medidas de proteção e responsabilizando as empresas que não cumprirem essas obrigações.

Ainda segundo o texto do projeto, os pais devem ter acesso a mecanismos de controle, para que possam impedir a visibilidade de determinados conteúdos, além de limitar a comunicação direta entre adultos e menores e restringir o tempo de uso. Para isso, o projeto permite a criação de contas por crianças desde que estejam vinculadas a contas ou perfis dos responsáveis legais.

O texto aprovado na Câmara prevê que a fiscalização e sanção sejam feitas por uma autoridade nacional autônoma, responsável por zelar, editar regulamentos e procedimentos, além fiscalizar cumprimento da nova legislação.

Principais pontos do projeto

  • Privacidade: plataformas terão de adotar, por padrão, o nível máximo de proteção de dados de crianças e adolescentes, o que impede coleta excessiva de informações.
  • Verificação de idade: serviços que contenham conteúdo adulto só poderão ser acessados com sistemas confiáveis que confirmem a maioridade do usuário.
  • Controle parental: ferramentas devem estar sempre ativadas no modo mais protetivo, permitindo que responsáveis definam limites de tempo, contatos e geolocalização.
  • Jogos eletrônicos: proibido o uso de “loot boxes” por crianças, mecanismo que envolve prêmios aleatórios e é comparado a jogos de azar.
  • Publicidade: passa a ser vedada a prática de direcionar anúncios a menores com base em perfil comportamental ou análise emocional.
  • Redes sociais: contas de crianças deverão ser vinculadas a responsáveis legais e as plataformas não poderão criar perfis comerciais desses usuários.
  • Proteção contra exploração sexual: plataformas que identificarem material de abuso infantil terão de acionar autoridades e remover o conteúdo de imediato.
  • Transparência: empresas com mais de 1 milhão de usuários menores terão de publicar relatórios semestrais sobre denúncias e medidas de proteção.
  • Sanções: vão de advertências a multas de até R$ 50 milhões por infração, além da possibilidade de suspensão temporária das atividades.
  • Fabricantes: eletrônicos conectáveis à internet terão de trazer, nas embalagens, avisos sobre riscos digitais para crianças e adolescentes.
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