Brasil

Senado aprova acesso do investigado a provas durante inquérito

Pelo texto, os alvos de investigação podem requerer vista dos autos e até diligências próprias

Senado: proposta segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados (Paulo Whitaker/Reuters)

Senado: proposta segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 7 de março de 2018 às 22h25.

Brasília - O Plenário do Senado aprovou, em votação simbólica, nesta quarta-feira, 7, um projeto de lei que permite que a defesa do acusado tenha acesso às provas produzidas ainda durante o inquérito, mesmo que a investigação ainda não tenha sido concluída. Pelo texto, os alvos de investigação podem requerer vista dos autos e até diligências próprias. A proposta segue agora para apreciação na Câmara dos Deputados.

O PLS 366/2015 é de autoria do senador Roberto Rocha (PSDB-MA). No texto, ele justifica que o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu o direito "do defensor ter amplo acesso aos elementos de prova que digam respeito ao exercício do direito ao contraditório" por meio da Súmula Vinculante nº 14. Rocha acrescenta que o investigado não pode ser "mero enfeite" no processo.

"É preciso avançar no sentido de se promover mais condições para que o indiciado participe do procedimento investigatório, seja indicando meios de prova para que a investigação se aproxime ao máximo da verdade", afirma no texto.

O projeto já havia sido aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, no ano passado. Na época, a proposta recebeu uma emenda do relator, o senador João Capiberibe (PSB-AP), para que esse direito ficasse suspenso caso seja identificada intenção de atrapalhar as investigações.

Nenhum dos senadores presentes no Plenário pediu a verificação da votação simbólica, o que obrigaria a Presidência do Senado a realizar uma votação nominal. Assim, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) pediu que seu voto contrário ficasse registrado. "O projeto dificulta ainda mais a punição sobretudo de poderosos, com acesso a advogados contratados a peso de ouro, tornando a condenação de crimes de colarinho branco praticamente impossível", disse.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosCorrupçãoSenadoSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio

Bruno Reis tem 63,3% e Geraldo Júnior, 10,7%, em Salvador, aponta pesquisa Futura

Em meio a concessões e de olho em receita, CPTM vai oferecer serviços para empresas