Ministério da Justiça (Geraldo Magela/Agência Senado)
Agência de notícias
Publicado em 11 de agosto de 2024 às 13h53.
A Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) do Ministério da Justiça e Segurança Pública vai notificar a companhia aérea Voepass para ampliar os canais de comunicação com os familiares das vítimas da tragédia aérea. A empresa teria disponibilizado, segundo a Senacon, somente um canal de atendimento, o que não é suficiente para atender às solicitações.
O desastre aéreo, um dos mais letais em solo brasileiro, não deixou nenhum sobrevivente. Entre os mortos, estavam 34 homens e 28 mulheres. Das vítimas, quatro eram tripulantes da Voepass e quatro tinham dupla nacionalidade, com três venezuelanos e uma portuguesa.
Com todos os 62 corpos de vítimas retirados, a Força Aérea Brasileira concentra os trabalhos neste domingo na remoção dos destroços da aeronave da Voepass. Nesta manhã, estão sendo retirados os motores, que vão ser enviados para São Paulo, onde serão analisados na tentativa de ajudar na identificação das causas do acidente.
As causas do acidente são investigadas pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA), que deve emitir relatório preliminar sobre o desastre em 30 dias.
A aeronave da fabricante ATR caiu cerca de quatro mil metros em apenas um minuto na última sexta-feira e deixou de responder às chamadas do Controle de Aproximação de São Paulo às 13h21. Não foram reportados pelo piloto comunicação de emergência ou alerta sobre condições meteorológicas adversas.
Após a retirada dos corpos dos escombros, todas as vítimas foram encaminhadas para o Instituto Médico Legal (IML) central, em São Paulo, que montou uma operação especial para o reconhecimento de todos os mortos. O primeiro, com 12 vítimas, chegou ao local na manhã de sábado.
Não há um prazo definido para a identificação de todas as vítimas. Cerca de 40 técnicos, entre médicos e equipes de odontologia legal, antropologia e radiologia trabalham na operação. Até aqui, duas foram reconhecidas, entre elas o piloto da aeronave, Danilo Santos Romano, de 35 anos.
Os familiares das vítimas têm sido entrevistados, desde ontem, para ajudar na identificação. As famílias foram orientadas a entregar documentações médicas que possam auxiliar na identificação dos corpos. Há também a coleta de materiais biológicos e, quando necessário, será feito o exame de DNA, que tem um resultado mais demorado.
Próteses, tatuagens e fraturas podem ajudar as equipes que trabalham na identificação dos corpos, de acordo com o capitão da Defesa Civil de São Paulo Roberto Farina.
Três técnicas podem ser aplicadas pela perícia: a identificação por impressão digital, que é mais célere, análise da arcada dentária ou exame genético. As famílias pode optar por fazer a coleta de material em Cascavel, São Paulo ou Ribeirão Preto. É possível também emitir uma autorização para que terceiros façam a liberação dos corpos no IML, caso necessário.