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Sem-teto bloqueiam avenida e seguem em direção ao Itaquerão

Cerca de 2 mil pessoas bloqueiam neste momento uma importante avenida em Itaquera, na zona leste de SP, e seguem em direção ao estádio do Corinthians


	Arena Corinthians (Itaquerão) movimento estima que 4 mil pessoas participam do protesto
 (Beatriz Souza/ EXAME.com)

Arena Corinthians (Itaquerão) movimento estima que 4 mil pessoas participam do protesto (Beatriz Souza/ EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2014 às 09h47.

São Paulo - Cerca de 2 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar (PM), bloqueiam neste momento uma importante avenida em Itaquera, na zona leste, e seguem em direção ao estádio do Corinthians, que sediará a abertura da Copa do Mundo de 2014.

Eles protestam contra os gastos públicos do Mundial e reivindicam moradia.

Os manifestantes saíram em caminhada às 8h da ocupação Copa do Povo em Itaquera.

A área ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) fica a 4 quilômetros do estádio do Corinthians.

O ato faz parte de uma série de mobilizações que ocorrem hoje (15) nas cidades-sede do evento.

O movimento estima que 4 mil pessoas participam do protesto.

“Queremos mostrar a contradição que é gastar bilhões com esse evento, quando o povo precisa mesmo é de moradia e tantos outros direitos”, explicou Maria das Dores Cerqueira, uma das coordenadoras do movimento.

A ocupação Copa do Povo começou no dia 3 e já reúne cerca de 4 mil famílias, segundo a organização.

Integrantes de ocupações do MTST fazem manifestações em outros pontos da cidade.

Os sem-teto da Nova Palestina e Dona Deda protestam na Marginal Pinheiros, próximo à Ponte João Dias; os da Faixa de Gaza e Capadócia manifestam na Giovanni Gronchi, próximo ao Shopping Jardim Sul; e os da Anchieta Grajaú fazem um ato na Ponte do Socorro.

Os três atos ocorrem na zona sul. Na zona norte, integrantes do MTST da Ocupação Estaiadinha ocupam a pistas da Marginal Tietê, próximo à Ponte Estaiadinha.

Além das atividades convocadas pelo MTST, o Comitê Popular da Copa – formado por organizações como o Movimento Passe Livre (MPL) – faz um ato a partir das 17h, com concentração na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista.

A especulação imobiliária na região onde foi construído o Itaquerão, como é conhecido o estádio da Copa, foi um dos motivos que levaram a auxiliar de limpeza Luciana Perisse, 38 anos, a aderir à ocupação.


“A gente já mora longe e agora nem aqui a gente pode morar mais”, reclamou.

Itaquera fica no extremo leste da capital. Segundo ela, um aluguel de dois cômodos mais que dobrou depois que os jogos foram anunciados.

“Estamos pagando R$ 500, R$ 600, e já tem gente sendo despejada, porque os donos aumentam e a pessoa fica sem pagar dois meses e é expulsa”, relatou.

Na semana passada, movimento sociais, que formam o coletivo Resistência Urbana, iniciaram uma série de manifestações que devem ocorrer até a Copa do Mundo.

A concentração dos protestos ocorreram simultaneamente em três pontos da capital paulista.

O alvo foram grandes construtoras que receberam recursos para construção e reforma dos estádios.

O movimento foi recebido pela presidente Dilma Rousseff, que fazia uma visita ao Itaquerão naquele dia.

Ela prometeu estudar a possibilidade de construir moradias no terreno da ocupação Copa do Povo.

A manifestação faz parte da campanha “Copa sem Povo, tô na Rua de Novo”.

As reivindicações do movimento são divididas em seis eixos, em referência à busca pelo hexacampeonato da seleção brasileira de futebol.

No eixo moradia, eles pedem leis para o controle do valor dos aluguéis, a formação de uma Comissão Nacional de Prevenção de Despejos Forçados e mudanças no Programa Minha Casa, Minha Vida.

Na área da saúde, os movimentos querem o fim dos subsídios aos planos de saúde, o fim das privatizações e 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para o sistema público.

No transporte, pedem-se a redução imediata das tarifas, a criação de um fundo federal para redução anual do valor das passagens e tarifa zero com controle público.

Para a educação, as reivindicações são a ampliação e construção imediata de creches, 10% do PIB para o sistema público e que a política de cotas e assistência estudantil seja permanente.

No âmbito da Justiça, eles querem a formação de uma Comissão Nacional da Violência do Estado contra a Periferia, a desmilitarização da Polícia Militar e o fim dos tribunais especiais e leis antimanifestação.

Por fim, no eixo relacionado à soberania, eles pedem a garantia do trabalho informal durante a copa, a prevenção efetiva da exploração sexual e o pagamento de pensão vitalícia para as famílias dos operários mortos e feridos durante as obras da copa.

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