Butantan tem parceria com o laboratório chinês Sinovac. (Thomas Peter/Reuters Brazil)
Gilson Garrett Jr
Publicado em 10 de dezembro de 2020 às 06h00.
O Instituto Butantan anuncia em uma coletiva de imprensa às 12h30 desta quinta-feira, 10, o cronograma de produção da vacina contra a covid-19, desenvolvida em parceria com o laboratório chinês Sinovac.
Apesar de revelar todos os detalhes da fabricação, o imunizante ainda não foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Também não foram concluídos os testes de eficiência e segurança - a chamada fase 3 - com os 13 mil voluntários no Brasil.
A Anvisa, porém, autorizou todo o processo de importação dos insumos. O governo de São Paulo justifica que iniciar a produção antes do registro final adiantaria a imunização.
O diretor do Butantan, Dimas Covas, disse na semana passada que espera entregar todos os resultados e pedir o registro formal ao órgão regulador até a próxima semana. Em um estudo revisado por pares publicado no dia 17 de novembro na prestigiada revista The Lancet, foi apontado que a CoronaVac, é segura e foi capaz de criar anticorpos em 97% de 700 voluntários que participaram da fase de testes 1 e 2 na China.
Na segunda-feira, 7, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), detalhou a primeira fase do Plano Estadual de Vacinação contra o coronavírus. O governo prevê iniciar a imunização no dia 25 de janeiro de 2021.
Esta primeira fase vai durar nove semanas, até o dia 28 de março. Serão vacinados 1,5 milhão de profissionais da saúde, e depois 7,5 milhões de pessoas acima de 60 anos. Para vacinar estas 9 milhões de pessoas são necessárias 18 milhões de doses, uma vez que são duas aplicações por pessoa.
Na semana passada chegou ao Brasil a segunda remessa de doses da CoronaVac. Este lote era de 600 litros a granel, o equivalente a 1 milhão de doses. Em novembro, o Butantan já havia recebido as primeiras 120.000 doses da vacina pronta.
O contrato entre o governo de São Paulo e o laboratório chinês Sinovac tem um custo de 90 milhões de dólares. O total de doses compradas é de 46 milhões, sendo 6 milhões já prontas e outras 40 milhões formuladas pelo Butantan, a partir de matéria-prima enviada diretamente da China. O acordo ainda prevê a transferência de tecnologia.
Além do custo de produção, o governo estadual vai gastar mais 100 milhões de reais com a distribuição, dinheiro que sairá do Tesouro do Estado, de acordo com o governador.