Brasil

“Sem possibilidade de ter carnaval em 2022”, diz médico sanitarista

Gonzalo Vecina alerta para a falta de controle do evento, mas diz que os desfiles podem ocorrer, com pessoas totalmente vacinadas

Blocos de rua em São Paulo. (Fabio Vieira/FotoRua/NurPhoto/Getty Images)

Blocos de rua em São Paulo. (Fabio Vieira/FotoRua/NurPhoto/Getty Images)

GG

Gilson Garrett Jr

Publicado em 16 de setembro de 2021 às 17h17.

Última atualização em 16 de setembro de 2021 às 17h18.

Enquanto as prefeituras das maiores cidades do país debatem a realização do carnaval em 2022, o médico sanitarista Gonzalo Vecina defende a não realização do evento no próximo ano. Segundo ele, não há como controlar aglomerações, uso de máscara e garantir a participação somente de pessoas totalmente vacinadas.

  • Quer saber tudo sobre o ritmo da vacinação contra a covid-19 no Brasil e a retomada econômica? Assine a EXAME e fique por dentro.

“Carnaval é algo que você não controla, um evento de massa muito solto. Não vejo a possibilidade de ter carnaval em 2022. O São João, no meio do ano, é possível, mas difícil. Teremos espaço para jogos de futebol com torcida, teatro, eventos em que há controle”, diz Vecina, que é uma das maiores autoridades em saúde pública no país e foi presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entre 1999 e 2003.

Apesar de defender a não realização do carnaval no próximo ano, Vecina pondera que os desfiles de escolas de samba no Rio de Janeiro e em São Paulo podem ser feitos sob protocolos de segurança.

“Para quem vai estar na arquibancada, é um evento discutível. As pessoas precisam estar vacinadas. Mesmo assim existem riscos. Também pode-se exigir um teste negativo de RT-PCR, mas não vejo obrigatoriedade da testagem”, afirma.

O principal risco em grandes aglomerações é a circulação da variante Delta, mais transmissível. Na projeção do médico sanitarista, os casos de covid-19, que atualmente estão em queda, devem voltar a subir entre o fim deste mês e o começo de outubro. Há casos de pessoas vacinadas que tiveram a forma leve da covid-19.

Na última semana epidemiológica, medida entre os dias 29 de agosto e 4 de setembro, o país registrou um total de 3.290 casos de variante Delta, segundo dados do Ministério da Saúde. A Gamma, predominante no Brasil, foram 18.484 casos.

“Ainda não sabemos se quem teve a covid-19 com a variante Gamma tem mais proteção contra a Delta. No Rio de Janeiro, ela conseguiu forçar bem a barra e os casos estão começando a subir. Eu prefiro colocar as minhas barbas de molho e ver o que vai acontecer”, alerta.

Rio e SP planejam carnaval 2022

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), já disse que “trabalha com a hipótese de que vai ter carnaval”. No fim de agosto, a Riotur - empresa de turismo do município - lançou um documento com orientações para as empresas que pretendem apresentar propostas de produção e suporte aos desfiles dos blocos de rua. A previsão é ter um carnaval de 40 dias.

Em São Paulo, a prefeitura autorizou, na quarta-feira, 15, o início dos preparativos para a realização dos desfiles de escolas de samba. Com a liberação, as escolas e a Liga podem retomar os preparativos. Mas a decisão ainda depende da Secretaria Municipal de Saúde.

Acompanhe tudo sobre:CarnavalCoronavírusPandemiaRio de Janeirosao-paulo

Mais de Brasil

Debate no Flow: veja horário, onde assistir ao vivo e quais candidatos vão participar

Boulos tem 28,3%, Marçal, 20,9%, e Nunes, 20,9%, em SP, diz pesquisa AtlasIntel

Crianças e adolescentes sofrem 5 vezez mais com mudanças climáticas, alerta Unicef

Paes tem 48,6% e Ramagem, 32%, no Rio de Janeiro, diz pesquisa AtlasIntel