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Sem policiais, Vitória suspende aulas e vacina contra febre

A decisão foi tomada em virtude do protesto de familiares dos policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões

Vitória: objetivo é preservar a integridade e a segurança de alunos, pacientes e servidores (Twitter/Alan Patrick/Reprodução)

Vitória: objetivo é preservar a integridade e a segurança de alunos, pacientes e servidores (Twitter/Alan Patrick/Reprodução)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de fevereiro de 2017 às 09h47.

Última atualização em 6 de fevereiro de 2017 às 11h23.

A prefeitura de Vitória suspendeu hoje (6) a volta às aulas na rede municipal e o atendimento em todas as unidades de saúde da capital do Espírito Santo.

Segundo o executivo local, a decisão foi tomada em virtude do protesto de familiares dos policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões. O objetivo é preservar a integridade e a segurança de alunos, pacientes e servidores e profissionais da saúde e da educação.

A suspensão das aulas acontece para os estudantes do turno matutino e vespertino e o reinício das atividades será decidido pela administração municipal.

Nas unidades de saúde, a vacinação contra a febre amarela está temporariamente suspensa até o fim do protesto dos familiares de policiais militares. O atendimento nos pronto-atendimentos da Praia do Suá e São Pedro continua normal neste início de semana.

As manifestações de familiares começaram na sexta-feira (3), quando 12 mulheres, familiares de militares se reuníram em frente à 6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, na Serra, e fecharam a saída de viaturas.

Elas reivindicam reajuste salarial e o pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno.

As manifestações se estenderam para outros batalhões durante o fim de semana e, segundo a Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo (ACS), já atingem todos os batalhões do estado.

Salário defasado

Segundo a ACS, o salário base de um policial no estado é R$ 2,6 mil, enquanto a média nacional chega a R$ 4 mil, "o pior salário do Brasil" e sem aumento salarial há anos.

"Cansadas desta situação e de presenciar o estresse dos companheiros que, mesmo com o pior salário do país, saem para o serviço e cumprem com eficiência a missão que lhe é dada, elas resolveram reivindicar. Estas mulheres resolveram falar e elas representam a voz de todos os policiais militares neste momento", informou a associação.

O diretor Social e de Relações Públicas da ACS, Thiago Bicalho, disse que o movimento de mulheres foi espontâneo e que a associação está colaborando na interlocução com o governo do estado.

"Mas o governo não quer dialogar. De forma equivocada e arbitrária disse que enquanto as mulheres não saírem não vão dialogar. E as mulheres estão batendo o pé que não vão sair", disse.

Bicalho contou que o fim de semana no Espírito Santo foi "um inferno", com aumento de criminalidade, com homicídios, arrombamentos, assaltos e arrastões. "Estamos lutando para que isso acabe. Agora o que precisávamos é dialogar", disse.

Ajuda federal

O governo do Espírito Santos solicitou apoio do governo federal para retomar o policiamento. Segundo o secretário de Segurança Pública, André Garcia, durante o fim de semana o estado negociou com os ministérios da Justiça e Segurança Pública e da Defesa o envio das Forças Armadas e da Força Nacional.

"Agora estamos ultimando o procedimento para que as forças sejam imediatamente disponibilizadas para o estado", disse em comunicado.

Garcia disse ainda que a justiça concedeu liminar declarando a ilegalidade do movimento, a necessidade de desobstrução de todos os quarteis e unidades da polícia.

Também foi feita a substituição do Comando Geral da Polícia Militar, que será comandada pelo coronel Nilton Rodrigues. "Ele assume o comando com a missão de restabelecer a ordem e disciplina e continuar conversando com os policias com a premissa fundamental de colocar policiamento na rua", disse.

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