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Sem Moro, Lava Jato segue apuração do sítio de Atibaia

Gabriela Hardt ouve dois executivos da Odebrecht. Sergio Moro, por sua vez, inicia montagem da equipe do Ministério da Justiça

Sergio Moro: Juiz começa a montar a equipe do Ministério da Justiça

Sergio Moro: Juiz começa a montar a equipe do Ministério da Justiça

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Da Redação

Publicado em 5 de novembro de 2018 às 05h46.

Última atualização em 5 de novembro de 2018 às 09h37.

A partir desta segunda-feira as agendas do juiz Sergio Moro e da Operação Lava Jato deixam de ser uma só e passam a correr em paralelo.

Após abandonar a carreira de juiz, Moro inicia a formação de sua equipe no futuro Ministério da Justiça e passa a negociar com a futura equipe de governo as prioridades de sua gestão. Deve levar a Brasília nomes ligados à Polícia Federal e à Receita Federal, segundo o Estadão. Dois pontos defendidos por Jair Bolsonaro podem gerar atritos entre presidente e ministro: o excludente de licitude, que autoriza policiais a matar, e a criminalização de movimentos como o dos sem-terra. Moro já se posicionou contra essas propostas enquanto juiz.

Sua saída da primeira instância é um ponto de atenção para o futuro, e também para o passado, da Lava Jato. Em entrevista em evento da revista VEJA em novembro do ano passado ele afirmou que não aceitaria um cargo político porque poderia “colocar em dúvida a integridade do trabalho que fiz até o momento”. A integridade de suas decisões já foi questionada na semana passada pelo PT após o convite ao juiz.

Perto de completar cinco anos, a Lava Jato ainda tem 30 processos que aguardam julgamento, entre elas ações contra o ex-deputado Eduardo Cunha e duas ações em fase final contra o ex-presidente Lula. A da compra de uma cobertura em São Bernardo do Campo e de um prédio para o instituto Lula aguarda a sentença. A do sítio de Atibaia está na fase dos interrogatórios. O ex-presidente deve ser ouvido no dia 14.

Já nesta segunda-feira, a juíza Gabriela Hardt, substituta da 13a Vara da Justiça Federal do Paraná e que assume interinamente as funções deixadas por Moro, deverá, segundo o G1, realizar uma audiência neste caso. Hardt deve interrogar Carlos Armando Guedes Paschoal, ex-diretor da Odebrecht, e Emyr Diniz Costa Junior, engenheiro da empreiteira.

A juíza ficará à frente dos processos da Lava-Jato até a escolha de um novo juiz titular, cuja seleção será feita pelo Tribunal Regional Federal da 4a Região, em Porto Alegre.

Moro decretou 120 prisões preventivas e 138 temporárias em 54 operações que já condenaram 144 pessoas. A partir de 2019, com o esvaziamento gradual da operação em Curitiba, a tendência era que as atenções se voltassem ao Supremo Tribunal Federal, que ainda não condenou ninguém na Lava-Jato. Mas a Vara de Curitiba pode voltar a se agitar com processos envolvendo políticos que não se reelegeram. Ao menos aquele medo que se cristalizou nos últimos anos, de perder o foro e cair nas mãos de Moro, não existe mais.

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