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Saída de Graça é um ponto baixo para Dilma, diz NYT

Mídia internacional destacou desde o peso econômico da Petrobras e os escândalos de corrupção que envolvem a estatal até as origens de Graça Foster


	Graça Foster: presidente da Petrobras e outros cinco diretores renunciaram aos cargos
 (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Graça Foster: presidente da Petrobras e outros cinco diretores renunciaram aos cargos (REUTERS/Ueslei Marcelino)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 4 de fevereiro de 2015 às 18h05.

São Paulo - A renúncia da presidente da Petrobras, Graça Foster, e de outros cinco diretores da estatal foi destaque em jornais internacionais.

O New York Times lembrou os supostos esquemas de corrupção na Petrobras e ressaltou a saia-justa em que a presidente Dilma Rousseff ficou após a saída de Graça Foster.

"A investigação do esquema [na Petrobras] já envolveu prisões de altos executivos em algumas das maiores empresas de construção do Brasil, um desenvolvimento muito incomum em um país onde figuras empresariais poderosas raramente passam um tempo na cadeia", escreve o jornal.

Para o New York Times, o momento reflete um ponto baixo na trajetória de Dilma Rousseff, com integrantes do PT dizendo que a presidente demorou demais para fazer as mudanças na petroleira, após uma "amarga eleição" em 2014.

Já o francês Le Monde afirma que os problemas da Petrobras podem ameaçar a economia de todo o Brasil, ressaltando o peso da estatal entre as maiores empresas do país e do mundo.

Segundo o Le Monde, os analistas mais otimistas afirmam que a estatal é "grande demais para falir" ("Too big to fail"), enquanto outros apontam o risco de um desmantelamento ou de uma privatização parcial.

A revista The Economist e o Financial Times ressaltaram a dificuldade em escolher o sucessor de Graça Foster.

"Seu sucessor vai encontrar um mar de dificuldades", afirma a revista. "Atacar os problemas requer extremo talento. Mesmo assim, a tarefa mais importante para o novo chefe da Petrobras é resistir à interferência do Estado".

Já o Financial Times diz que "analistas e advogados se perguntam quem iria querer o trabalho, não só pela situação calamitosa enfrentada pela estatal petroleira, mas também pelas responsabilidades legais que um novo chefe poderia enfrentar com as mal definidas leis sobre corrupção no Brasil e com as leis nos Estados Unidos".

A SEC (Securities Exchange Comission), órgão regulatório do mercado financeiro nos Estados Unidos, está investigando os casos de corrupção na Petrobras.

Além de também evocar os tempos difíceis da Petrobras, o El País foi mais generoso e fez um perfil da ex-presidente da estatal.

"Sua infância foi dura: a mudança de Minas Gerais ao Rio de Janeiro aos dois anos, violência familiar, o crescimento em uma complicada favela no norte do Rio de Janeiro, onde recolhia papelão e latas para ajudar na economia de casa. Estudou engenharia química em Niterói e, mal terminou, foi estagiária na Petrobras. Seu forte temperamento conquistou o respeito dos colegas".

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