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Sem Cunha, Temer discute cargos de hipotético governo

Um dia após o afastamento do deputado Eduardo Cunha, Michel Temer (PMDB) ampliou a distribuição dos ministérios de seu eventual governo


	O vice-presidente Michel Temer
 (ASCOM/VPR)

O vice-presidente Michel Temer (ASCOM/VPR)

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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2016 às 09h04.

Brasília - Um dia após o afastamento do deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato e da presidência da Câmara, o vice-presidente Michel Temer (PMDB) ampliou a distribuição dos ministérios entre os principais partidos que devem dar sustentabilidade ao possível novo governo no Congresso. Temer concentrou as investidas nas quatro maiores bancadas com que pretende trabalhar na Casa: PMDB, PSDB, PP e PR.

Somadas, essas bancadas têm 206 votos e, para o vice, devem ser o eixo de sustentação de seu governo, ainda mais após o afastamento de Cunha, com o qual Temer contava para aprovar as medidas econômicas que pretende enviar ao Legislativo.

O primeiro passo dado pelo vice foi a confirmação do deputado Mauricio Quintella Lessa (PR-AL) no comando do Ministério dos Transportes, que tem sob o guarda-chuva empresas públicas e autarquias do porte do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A.

Os acertos foram feitos em encontros realizados entre Temer e o deputado no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência. O vice questionou a possibilidade de não fundir a pasta com a Aviação Civil. Mas o deputado disse que via dificuldades em abrir mão, uma vez que a pasta, que deve virar secretaria, vinha sendo negociada desde o início das conversas com o partido.

O pedido de Temer à Quintella Lessa foi feito em meio à pressão do PMDB da Câmara que também reivindica o comando da Aviação Civil. A bancada peemedebista conseguiu, contudo, emplacar o nome do atual líder, deputado Leonardo Picciani (RJ), para o Ministério do Esporte. A pasta é considerada estratégica para o PMDB fluminense em razão da Olimpíada do Rio, neste ano.

A negociação foi feita entre o vice e o deputado estadual Jorge Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Estado e pai de Leonardo.

A ideia inicial era indicar o deputado federal licenciado Marco Antônio Cabral para o cargo. Filho do ex-governador do Rio Sérgio Cabral, o nome de Marco Antônio enfrentou resistência entre membros da bancada do PMDB na Câmara, por ele ser "muito novo". Atualmente, Marco Antônio ocupa o cargo de Secretário do Esporte no governo do Estado do Rio.

O PMDB da Câmara dos Deputados deve assegurar ainda a indicação do deputado Osmar Terra (RS) para o Ministério de Desenvolvimento Social.

A ida de Leonardo Picciani para os Esportes, por outro lado, deve ser foco de novos problemas para Temer. Parte da bancada defende uma nova eleição interna para definir o novo líder em vez de manter no posto o primeiro-vice-líder, Leonardo Quintão (MG).

Senado. Na reta final da montagem do novo governo, Temer concentrou as negociações no PSDB que, apesar de usar o discurso de que não indicará nomes, deverá emplacar dois senadores e um deputado na equipe.

Nos últimos dias, o vice convidou o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) para assumir o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. O senador faz parte do grupo mais próximo do presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG). A possibilidade de Tasso ir para a Esplanada deve atrapalhar, contudo, os planos do senador José Serra (PSDB-SP), que deverá assumir Relações Exteriores.

Nas negociações preliminares chegou-se a ser discutida a possibilidade de se transferir as funções de comércio exterior do Ministério de Desenvolvimento para o Itamaraty. Já a formulação da política industrial passaria para o Planejamento, previsto para ser comandado pelo senador Romero Jucá (PMDB-RR). O desenho, no entanto, ainda não foi fechado.

Além de Tasso e José, o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE) também deve fazer parte da nova equipe ministerial, comandando a pasta das Cidades. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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