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Sem cozinha, alimentos doados a vítimas de desabamento ficam empilhados

Os desabrigados, que se concentram no centro de SP, pedem marmitex e fraldas

Desabrigados: as vítimas do desabamento estão reunidas no centro de SP (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Desabrigados: as vítimas do desabamento estão reunidas no centro de SP (Rovena Rosa/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 3 de maio de 2018 às 09h05.

Última atualização em 3 de maio de 2018 às 09h08.

São Paulo - A quantidade de doações para os desabrigados foi tão grande que, já na manhã desta quarta-feira, 2, a Igreja Nossa Senhora do Rosário, no centro de São Paulo, fechou as portas para a entrega de mais alimentos e roupas, por falta de espaço. Quem tentava deixar sacolas no local tinha o pedido negado pelo vigia, que alegava lotação. O próprio movimento de moradia que morava no prédio está recusando roupas.

Os moradores pedem marmitex e fraldas. Por falta de cozinha comunitária no local, doações como arroz, feijão e óleo estão empilhadas, sem que possam ser utilizadas. Os desabrigados estão se alimentando de lanches como pães e bolachas desde terça-feira, dia 1º.

As atividades da igreja foram temporariamente suspensas, pois todo o saguão foi tomado por pilhas de roupas e alimentos Os bancos foram afastados para que todo o material coubesse. Até o fim da manhã, a Cruz Vermelha já havia contabilizado 5 toneladas de sacolas.

A assistente social Maria Luiza Lopes, de 59 anos, saiu chegou com seis sacolas de roupas, sapatos e itens de higiene. "Temos de estar abertos e com esse olhar de ajudar os outros. Só rezar não é nada."

Moradora do prédio havia cinco anos, Lohany Mickely, de 37 anos, dormiu em um colchão doado em frente à igreja. Ela disse que a noite foi "estranha e tranquila" e ainda não sabia nesta quarta-feira, durante o dia, onde iria dormir.

Falsos moradores

Segundo Josi, uma das líderes do movimento que ocupava o prédio, pessoas que não viviam no local se passavam por moradores nesta quarta. Mas, diz ela, eles eram denunciados pelas vítimas da tragédia. "Sabíamos quem morava ali." À noite, integrantes do movimento usaram grades que a polícia havia colocado no entorno para evitar a chegada de falsos moradores e houve um princípio de confusão com a PM.

Serviço

Onde doar: Igreja Santa Ifigênia, Rua Santa Ifigênia, 30; Santuário São Francisco, no Largo São Francisco, s/n; Catedral da Sé, na Praça da Sé, s/n; Centro de Acolhida, no Viaduto Pedroso, 111; Cruz Vermelha, na Avenida Rubem Berta, 860; sede do Detran, na Rua João Brícola, 32.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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