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Sem Bolsonaro, Maia e Guedes tomam as rédeas da reforma da Previdência

Em Israel, o presidente estreita relações com Netanyahu e ajuda em seu marketing de campanha. Deve retornar ao Brasil na próxima quarta-feira

Guedes e Maia: ministro e deputado definiram como "eixo de governabilidade" a agenda econômica liberal (Valter Campanato/Agência Brasil)

Guedes e Maia: ministro e deputado definiram como "eixo de governabilidade" a agenda econômica liberal (Valter Campanato/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 1 de abril de 2019 às 06h08.

Última atualização em 1 de abril de 2019 às 07h26.

Exatos três meses após a posse de Jair Bolsonaro, nesta segunda-feira, primeiro de abril, a semana começa com o presidente em viagem a Israel. Em Brasília, após longos dias de trocas de farpas entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a tramitação da nova Previdência parece começar a entrar nos eixos. Cansado de esperar por uma maior proximidade e articulação política por parte do presidente para com a reforma, Maia terá um novo interlocutor, o poderoso ministro da Economia, Paulo Guedes.

Na última quinta-feira, em um encontro que parece ter marcado o fim das mais recentes tensões, o presidente da Câmara conversou com o ministro da economia e definiu que, a partir de agora, eles é quem tocarão a reforma, que já tramita na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. O acordo veio após apelos de empresários e lideranças políticas preocupadas com a queda brusca na bolsa e com as reduções na previsão de crescimento do PIB,  provocado pelos bate-bocas públicos entre os presidentes da República e da Câmara.

Maia explicitou que o objetivo, agora, é colocar a reforma da previdência “nos trilhos” e recuperar o tempo perdido. Em contrapartida, Guedes vai ampliar sua participação na articulação política e passará a receber grupos de 15 parlamentares para discutir a aprovação da reforma e ouvir as demandas dos deputados, segundo informou o jornal O Estado de S. Paulo, numa mistura de papeis que tem preocupado articuladores experientes do Congresso. 

Afastado de sua principal meta para o início de governo, em Israel, Bolsonaro aproxima as relações diplomáticas com o primeiro-ministro do país, Benjamin Netanyahu. Ontem, anunciou a instalação de um escritório comercial brasileiro em Jerusalém, rompendo, de forma inédita, com a neutralidade do Brasil sobre os conflitos entre Israel e Palestina. Hoje, vai com Netanyahu ao Muro das Lamentações. A visita é tida por analistas políticos de Israel como uma jogada de marketing de Netanyahu, que vai às urnas no dia 9 de abril. Flávio  Bolsonaro afirma que o curioso timing da visita é uma “coincidência”. 

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