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Seis meses de intervenção: menos roubos, mais mortes

Faz seis meses nesta nesta quinta-feira o início da a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro; sensação de insegurança persiste

Intervenção: moradores passam por soldados armados durante operação contra tráfico de drogas na Rocinha, no dia 26 de julho; intervenção completa seis meses, sem cumprir promessas (Pilar Olivares/Reuters)

Intervenção: moradores passam por soldados armados durante operação contra tráfico de drogas na Rocinha, no dia 26 de julho; intervenção completa seis meses, sem cumprir promessas (Pilar Olivares/Reuters)

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EXAME Hoje

Publicado em 16 de agosto de 2018 às 06h08.

Última atualização em 16 de agosto de 2018 às 07h30.

A intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro completa seis meses nesta quinta-feira sem conseguir reduzir a sensação de insegurança no estado ou atender aos seus principais objetivos.

O Plano Estratégico do gabinete da intervenção, publicado quatro meses depois do início da medida, cita, entre os principais objetivos: diminuir os índices de criminalidade, recuperar a capacidade operativa das polícias e articular os diversos órgãos da segurança pública.

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Em relação aos índices de criminalidade, os crimes contra o patrimônio têm, de fato, caído no estado. Segundo dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão do governo estadual, entre março (primeiro mês completo de intervenção) e julho, os casos de roubo (incluindo o de carga) diminuíram 8,5% em relação ao mesmo período de 2017.

Já o número de homicídios entre março e julho deste ano cresceu 3% na comparação com mesmo período no ano passado, chegando a 2.185. O número de mortes por policiais também aumentou. Foram 603 homicídios decorrentes da ação policial entre março e julho deste ano, aumento de 38% em relação ao mesmo período no ano passado.

Dados da plataforma Fogo Cruzado, mostram ainda que, nos cinco meses anteriores à intervenção, o Rio registrou 2.924 tiroteios. Já nos cinco meses desde que o Exército assumiu a segurança do estado, foram contabilizados 4.005 tiroteios.

O gabinete justifica os números pelo aumento no número de operações contra o crime organizado. Foi em uma dessas, realizada pela Polícia Civil com o apoio do Exército, que Marcos Vinícius da Silva, de 14 anos, foi morto, quando ia para a escola, no Complexo da Maré, Zona Norte do Rio. A família do garoto acusa a polícia pelo assassinato. No final de julho, a ONU divulgou um comunicado pedindo uma investigação rápida, completa e imparcial sobre a morte de Marcos Vinícius, mas até agora, o caso permanece sem resposta.

Outro assassinato não solucionado na conta da intervenção é o da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. Suas mortes completaram 150 dias sem respostas e sem comentários do interventor Braga Netto e do general nomeado para a pasta da Segurança Pública, Richard Nunes.

Segundo dados do Observatório da Intervenção, a intervenção também tem falhado na apreensão de armas. Desde seu início, foram apreendidos apenas 92 fuzis, metralhadoras e submetralhadoras, contra 145 no mesmo período de 2017.

Na segunda-feira, Nunes afirmou que o balanço, até aqui, é positivo. “Muitos especialistas nos criticaram, mas é preciso lembrar que não há sequer um plano nacional de segurança pública nesse país. E nós entregamos um em maio”, afirmou. Ele disse ainda que o trabalho do Exército está prejudicado pelo regime de recuperação fiscal do estado. O governo federal disponibilizou orçamento de 1,2 bilhão de reais para a operação.

A intervenção termina no dia 31 de dezembro.

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