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Publicado em 4 de maio de 2024 às 10h00.
Para o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), a segurança pública será a principal providência que os eleitores exigirão dos candidatos à presidência e aos governos estaduais, em 2026. “São os crimes ‘federais’, como tráfico de drogas, armas ilegais e lavagem de dinheiro que estão dominando e destruindo o Brasil.” Segundo uma pesquisa divulgada em março pelo Instituto DataFolha, 36% dos brasileiros (acima dos 16 anos) se sentem muito inseguros ao andar à noite nas ruas do próprio bairro. Em 2023, o instituto já apontava que a violência urbana representava a segunda maior preocupação da população, atrás apenas da saúde.
Em entrevista ao Canal UM BRASIL — uma realização da FecomercioSP —, Caiado destaca que, “na nossa Constituição, não existe o ‘Estado do crime’ e o Estado constitucionalmente definido. Contudo, em muitos, é o crime quem comanda a maior parte do território do que o próprio governo local”, acrescenta. “Há empresas que calculam que o prejuízo com perdas decorrentes da falta de segurança pública é de centenas de bilhões, maior do que o PIB [Produto Interno Bruto] de Goiás.”
Na entrevista, o governador comenta as condições para uma Reforma Administrativa, iniciando-se pela revisão dos gastos do governo. Contudo, afirma que o Brasil carece de uma liderança que assuma e se responsabilize pelo equilíbrio fiscal. “É preciso que se tenha noção da capacidade do Estado. E o extinto teto de gastos fazia isso. Se continuássemos com o teto, com pequenas alterações, estaríamos agora com um parâmetro [de sinalização para o futuro].”
Caiado ainda esclarece que, com o arcabouço fiscal, isso se perdeu. “O balizamento fiscal do País é o arcabouço? Aquilo está desmoralizado. Já se mudou a meta deste ano, de forma que podem mudar a de 2025 igualmente. Quem acreditará que será respeitado? Hoje, do ponto de vista fiscal, vivemos à deriva. Do mesmo modo, não podemos sobrecarregar a carga [tributária], se não, sobra nenhum centavo para investimento”, acrescenta.
Por fim, o governador sinaliza que o Brasil conseguiu alcançar uma alta competitividade em dois setores: agropecuária e aviação. Resta ao País, agora, almejar uma responsabilidade competitiva nas outras áreas, em vez da busca contínua por políticas de benefícios e subsídios. “Ao observarmos as grandes indústrias chinesas, por exemplo, nós nos deparamos com milhares de pesquisadores, além de milhares de patentes registradas. É isso que [também] precisamos priorizar no País” conclui.