Brasil

Segurança em depoimento de Lula não foi exagerada, diz secretário

A capital paranaense recebeu cerca de 6 mil manifestantes, 200 ônibus e 650 jornalistas de sete países que se credenciaram para cobrir o interrogatório

Curitiba: o esquema de segurança empregou cerca de 3 mil profissionais das esferas federal, estadual e municipal (Rodolfo Buhrer/Reuters)

Curitiba: o esquema de segurança empregou cerca de 3 mil profissionais das esferas federal, estadual e municipal (Rodolfo Buhrer/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 11 de maio de 2017 às 19h20.

Em balanço da Operação Civitas, organizada para o interrogatório do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao juiz Sérgio Moro, o secretário de Segurança Pública do Paraná (Sesp), Wagner Mesquista, negou que tenha sido exagerado o esquema de segurança que empregou cerca de 3 mil profissionais das esferas federal, estadual e municipal.

"Não era somente a oitiva de um acusado, era de um ex-presidente. Tínhamos informações de que 60 mil pessoas viriam a Curitiba e de que 300 ônibus iriam desembarcar aqui. Então fizemos um planejamento para esta quantidade de pessoas. Havia tropa de choque, cavalaria, aeronaves e atirador de elite. Mas tudo isso faz parte de um protocolo internacional. Se não usássemos e houvesse algum problema, iríamos ser questionados", disse.

Curitiba recebeu cerca de 6 mil manifestantes, 200 ônibus e 650 jornalistas de sete países que se credenciaram para cobrir o interrogatório.

Registros "sem gravidade"

Os órgãos de segurança pública informaram que houve pequenos registros, sem gravidade.

Um homem, que já é monitorado por tornozeleira eletrônica, foi detido na terça-feira à tarde poque soltou rojões em frente ao prédio da Justiça Federal.

Ontem (10) houve ainda uma detenção na praça Santos Andrade, onde estava o grupo a favor de Lula, porque um homem soltou fogos de artifício, o que estava proibido.

Sobre informações de que manifestantes soltaram rojões próximo ao hotel onde estava a cúpula do PT, a Polícia Militar informou que houve a notificação, mas o autor não foi identificado.

O secretário afirmou também que é investigada a denúncia de que o acampamento dos militantes a favor de Lula foi atingido por rojões na terça-feira.

Segundo ele, há depoimentos de que os fogos partiram de fora do espaço, outros dizem que os rojões foram lançados dentro do próprio local.

Segundo a Sesp, armas brancas, como facas e facões, foram apreendidas em revistas a ônibus que vinham à capital.

Procurado, o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (MST) disse que foi apreendido material de trabalho, como enxadas.

A Operação Civitas envolveu órgãos como as polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Força Aérea Brasileira (FAB) e a Guarda Municipal de Curitiba.

O secretário avaliou a ação como positiva e questionado sobre um possível novo depoimento de Lula na cidade, já que ele é réu em outra ação penal analisada pelo juiz Sérgio Moro, disse que para "cada desafio apresentado, há um planejamento específico".

"Muito provavelmente ele virá para outras oitivas, mas o ambiente pode ser outro. Pode ser uma operação até maior ou muito menor. Isso vai depender da circunstância". Mesquista afirmou que ainda não foi contabilizado o custo total da operação.

Nesta quinta-feira (10), manifestantes favoráveis e contrários ao ex-presidente deixaram a cidade.

Ônibus com integrantes de movimentos sociais e do MST começaram a deixar a cidade.

A praça Santos Andrade amanheceu limpa. Também estava limpo o espaço ocupado no museu Oscar Niemeyer pelos manifestantes contrários ao ex-presidente.

Acompanhe tudo sobre:CuritibaLuiz Inácio Lula da SilvaOperação Lava JatoSegurança públicaSergio Moro

Mais de Brasil

Dino cobra de 10 estados relatório explicando as razões por trás dos altos indíces de incêndios

STF retoma julgamento sobre ampliação do foro privilegiado; mudança pode impactar casos de Bolsonaro

Banco Central comunica vazamento de dados de 150 chaves Pix cadastradas na Shopee

Poluição do ar em Brasília cresceu 350 vezes durante incêndio