Brasil

Segurança coordenará ações contra crime organizado, diz Jungmann

Em um tom "esperançoso", Jungmann contou a história de uma mãe que o abraçou e agradeceu pela intervenção na segurança do Rio de Janeiro

Raul Jungmann: "A União precisa ampliar as suas responsabilidades em coordenar e promover as ações entre os entes federativos" (Beto Barata/Agência Brasil)

Raul Jungmann: "A União precisa ampliar as suas responsabilidades em coordenar e promover as ações entre os entes federativos" (Beto Barata/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 14h01.

Brasília - Recém-empossado como ministro extraordinário da Segurança, Raul Jungmann afirmou em seu discurso no Palácio do Planalto que a nova pasta buscará coordenar as ações dos Estados e buscar "combater o crime organizado dentro da lei". "A União precisa ampliar as suas responsabilidades em coordenar e promover as ações entre os entes federativos", afirmou.

Com o ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes no palco, Jungmann citou uma frase do hoje ministro do Supremo Tribunal Federal e disse que o País "prende muito, mas prende mal". "Nosso sistema carcerário cresceu 171% e o déficit de vagas hoje se encaminha para 400 mil vagas", afirmou o novo ministro, que também citou que em 2016 os dados apontam para 61 mil mortes por conta do crime. "Essa é a mais pesada atribuição que já tive", afirmou.

Em um tom "esperançoso", Jungmann contou a história de uma mãe que o abraçou e agradeceu pela intervenção na segurança do Rio de Janeiro. "Quando a abracei, senti que era como se eu abraçasse grande parte do Brasil", afirmou.

O ministro disse ainda que apenas 8% dos homicídios chegam a fase da denúncia e "o resto não é julgado" e que "foi dentro do sistema prisional brasileiro que surgiram as grandes quadrilhas que nos aterrorizam". "As prisões são o 'home office' do crime organizado", afirmou.

Jungmann disse ainda que dos R$ 81 bilhões gastos com segurança pública, o esforço maior ficou com os Estados e que esse sistema atual "exige e nos cobra um aperfeiçoamento". O ministro afirmou também que "infelizmente" o País teve "uma banalização da Garantia da Lei e da Ordem" e que problema da segurança "se resolve na segurança e não na defesa".

Despedida

Em seu discurso, Jungmann afirmou que se despedia do Parlamento "em nome desta causa" e anunciou que pedirá ao PPS a suspensão de todas as suas atribuições partidárias. "Minha trajetória tem algumas singularidades. E ao aceitar esse cargo abro mão de uma das coisas mais caras da minha vida, a minha carreira política", destacou.

"Encerro minha carreira política para me dedicar integralmente a essa tarefa", completou Jungmann que afirmou acreditar que ganhará se "dedicando de corpo e alma a essa atribuição que me fez o presidente da República".

O presidente Michel Temer chegou à cerimônia acompanhado de Alexandre Moraes e outros dois ministros do STF: Gilmar Mendes e Dias Toffoli. Além disso, Temer e os ministros do STF dividiram o palanque com o presidente do Senado, Eunício Oliveira; com os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral), Torquato Jardim (Justiça).

Na plateia da cerimônia estavam os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), Grace Mendonça (Advocacia-Geral da União), Helder Barbalho (Integração Nacional) e Blairo Maggi (Agricultura).

Acompanhe tudo sobre:crime-no-brasilMinistério da Segurança PúblicaRaul JungmannRio de JaneiroSegurança pública

Mais de Brasil

Linhas 8 e 9 começam a disponibilizar Wi-Fi gratuito em todas as estações; saiba como acessar

Bolsonaro indiciado pela PF: entenda o inquérito do golpe em cinco pontos

O que acontece agora após indiciamento de Bolsonaro e os outros 36 por tentativa de golpe de Estado?

Inmet prevê chuvas intensas em 12 estados e emite alerta amerelo para "perigo potencial" nesta sexta