Extra: protestos em frente ao mercado, na Barra da Tijuca, contra a morte do jovem negro Pedro Gonzaga, após ser sufocado por um vigilante do supermercado (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 06h43.
Rio - Davi Ricardo Moreira Amâncio, de 32 anos, acusado pela morte de Pedro Henrique Gonzaga, de 25 anos, no hipermercado Extra, na Barra da Tijuca, na quinta-feira, 14, não poderia atuar na atividade de segurança privada.
Amâncio, que trabalha há pouco mais de um ano na empresa Groupe Protection deveria ter apresentado certidões negativas de antecedentes criminais. De acordo com reportagem exibida pelo programa Fantástico, da TV Globo, neste domingo, 17, ele já havia sido condenado por lesão corporal depois de agredir uma ex-companheira.
O laudo do IML aponta que a morte do jovem foi causada por estrangulamento. Imagens exibidas pelo Fantástico mostram que o segurança permaneceu sobre Pedro Henrique por pelo menos sete minutos, apesar dos apelos da mãe de Gonzaga. As imagens e o depoimento de uma amiga da mãe do rapaz à polícia mostram que o segurança respondeu dizendo que a mãe estava mentindo.
O Extra, que pertence ao Grupo Pão de Açúcar, informou que os seguranças envolvidos foram definitivamente afastados e que instaurou uma sindicância interna para acompanhar as investigações. O Broadcast não conseguiu falar com a empresa Groupe Protection, responsável pela segurança do hipermercado.
À reportagem do Fantástico, o advogado da Groupe Protection declarou que a checagem da ficha criminal cabe à Polícia Federal e não à empresa. A exigência faz parte da portaria nº 3.233/2012, do Ministério da Justiça, que regula a atividade de segurança privada.