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Secretário paulista é criticado por ligar abuso e crise

Para defensoras dos direitos da mulher, secretário revelou "desinformação" e "despreparo"


	Mágino Alves Barbosa Filho, novo secretário de Segurança Pública de São Paulo: declaração criticada
 (Assessoria de Imprensa e Comunicação da Secretaria da Segurança Pública)

Mágino Alves Barbosa Filho, novo secretário de Segurança Pública de São Paulo: declaração criticada (Assessoria de Imprensa e Comunicação da Secretaria da Segurança Pública)

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Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2016 às 09h59.

São Paulo - A declaração do recém-empossado secretário da Segurança Pública de São Paulo, Mágino Alves, relacionando a crise econômica com o estupro, foi criticada por defensoras dos direitos da mulher. 

Em entrevista à coluna Direto da Fonte, publicada ontem, Alves disse que uma das "causas" do estupro é o desemprego.

Para Heloísa Buarque de Almeida, professora de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) e estudiosa de gênero, o secretário revelou "desinformação" e "despreparo" para assuntos como violência contra a mulher.

Segundo ela, vários estudos comprovam que esse tipo de violência "sempre aconteceu, independentemente de crise".

"Em 2015 (ano crítico da crise econômica), por exemplo, foram feitas menos denúncias de violência sexual do que em 2014. E, se fosse culpa da crise, países desenvolvidos não teriam estupro", destacou.

Luíse Bello, publicitária e gerente de conteúdo e comunidade do Think Olga, grupo feminista, reforçou que a declaração foi "absolutamente irresponsável".

"É muito preocupante que uma pessoa que tenha capacidade de falar isso esteja no comando das polícias de São Paulo."

Para Luíse, a explicação do secretário revelou ainda a "ignorância" de autoridades no assunto.

"Estupro é um crime que é feito, na maioria das vezes, por pessoas que fazem parte do círculo da família, dos amigos, dos pais. Há certa ignorância sobre esses dados, mas o Brasil tem estudos sobre o assunto." 

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